No Dia Internacional pela Eliminação da Violência
Contra a Mulheres, 25 de Novembro, o Diário de Notícias do Funchal presenteia-nos hoje
com um trabalho interessante sobre a violência doméstica. A violência contra as
mulheres está ou estava com o afirma a reportagem, essencialmente, associada ao
excesso de álcool. Esta insustentável leveza de tantos seres que no silêncio
das suas habitações ora por medo ora por um status quo familiar ou social,
vergam-se pacientemente ao sofrimento e à dor das ofensas obscenas, dos gritos
altíssimos, dos pontapés imprevisíveis, dos murros certeiros e todo o género de
violência. Esta triste realidade é um «cancro» feroz que parece afectar todas
as classes sociais. Infelizmente, não parecem ser só e apenas os menos letrados
que recorrem a este comportamento violento. A violência está todos os dias em
muitas famílias como o pão para a boca.
Deste modo, definimos violência doméstica assim: é
uma conduta que afecta todos os membros do núcleo familiar. É uma conduta
ilegal e ocorre em todas as classes sociais. Os diversos testemunhos que nos
chegam sobre esta realidade triste comprovam claramente que o quotidiano de
muita gente está totalmente preenchido com violência a todos os níveis.
A violência doméstica envolve o mau trato
psicológico, emocional, físico e o abuso sexual de um indivíduo a outro, os
quais partilham da mesma casa e opção de vida. Normalmente, acontece entre
casais, mas acabam por contaminar toda a família. Por isso, um casal que se
maltrate entre si contamina toda a família. E dado que entre nós a violência está
associado ao excesso de álcool, muitas vezes, a violência não se realiza só e
apenas contra a esposa ou companheira, mas também contra os filhos ou
terceiros.
Assim, o homem abusador considera-se sempre o elo
mais forte. Perante esse convencimento nada o demove de maltratar a esposa que
considera ser sua propriedade e os filhos de igual modo. Este flagelo é dos
mais terríveis que afectam a nossa sociedade.
Mas, diante da violência onde o silêncio e o
anonimato escondem os insultos, os empurrões, as pancadas, os beliscões, as
humilhações, as queimaduras, as patadas, as feridas, os ossos deslocados, os
ossos partidos, as ameaças, o uso de armas, a morte... - Quem vai combater este
cancro? Quem o denuncia? E quem pode fazer a justiça pelas vítimas desta tenebrosa
realidade e contra os criminosos que impunemente a cometem?
A violência como se tem visto está a agudizar-se
cada vez mais, de uma forma escalonada e muitas vezes termina com a morte das
vítimas. A maior parte das vezes a violência conduz ao espancamento e aos insultos
porque a falta de amor é outro elemento fundamental para qualificar esta
realidade que afecta tantas das nossas famílias.
Os números divulgados ano após ano sobre a violência
doméstica são já de bradar aos céus e revelam apenas a ponta de um iceberg
ilimitado. O que fazer perante estas situações? - Pouco podemos fazer de
concreto. Mas podemos todos investir na educação dos mais novos para que a
descoberta do amor seja uma constante no coração de todos. A educação para o
amor é fundamental, porque o amor não maltrata, o amor tudo pode e cuida sempre
da coisa amada.
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