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sexta-feira, 4 de novembro de 2016

O outro lugar é sempre melhor

Para o nosso fim de semana. Sejam felizes sempre, nunca aprejundicando ninguém.
Posso estar colado ao chão deslizante da vida,
Onde há densidade de múltiplas referências
Uma prisão de onde se sai transformado
E como que num instante o clarão da luz 
Trouxe por mim um abandono de rompante da terra firme
Embora saibamos há muito tempo que sobre o mar imenso
Ninguém consegue viver muito tempo.

No sentido do vento galopa o desejo irrequieto,
Anseia e busca o lugar da harmonia interior
Que na vertigem do pensamento é melhor que este, 
Mesmo que na terra firme se sinta o mar
O cheiro dos pinheiros e a vibração das flores
E a sorrir apertamos as mãos aquecidas pelo sol. 

O rio subterrâneo conduz-me no escuro da noite
Mas mesmo sem licença os passos são consolados 
Pelas trepadeiras roxas sobre os muros das casas,
Fui assim de rua em rua caminhando no sentido das ondas
Que sem ligar às pessoas com os sapatos na mão
Vagueei incomodado mas indiferente aos cães,
Pois todo o homem é um sem abrigo de si mesmo. 

Uma vez disseram-me contentes,
Que o meu pai morou neste lugar invulgar 
E com esta lembrança eu suavemente regresso
Ao ombro do génesis que fez o filho do homem. 
JLR

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