1. Tem compaixão
de mim! Sofre comigo. Sofre por mim. Compadece-te. Move-te e comove-te.
Antes de abrires a mão, abre o teu coração!
2. Depois,
começa por inclinar o teu ouvido ao grito da minha miséria. Escuta-me
atentamente. Conhece-me pelo meu nome, aprende de cor a minha história.
3. Se tens olhos
e vês, olha para mim; e não dês esmola, de esguelha, para não veres mais e
fugires de mim.
4. Conversa
comigo. Tenta saber o que realmente me faz falta! Quem sabe se eu precisarei
somente de quem me encoraje.
5. Não me dês
nada de mão beijada. Isso é coisa dos ricos. Compromete-me a mim, na solução do
meu problema, mesmo que eu próprio tenha de dar o meu quase nada, que é
afinal tudo o que tenho.
6. Compromete
também os outros, pois também te sentirás pobre e incapaz de resolver, sozinho,
todo o meu problema.
7. E não julgues
que estou curado, só por estar resolvido, de imediato, o meu problema. Abre-me
também os olhos, ensina-me a viver, a trabalhar e a comer, a ser limpo e a
poupar.
8. Mas sobretudo
encaminha-me para lugares certos. Porque o número de cegos que me querem
guiar, levar-me-ão a cair de novo com eles e então será “de caixão à
cova”.
9. Quero viver
na Luz. Se és cristão, mostra-me a tua fé, conduz-me a Jesus e ao seu Amor.
Talvez não saibas, mas “a falta de Deus é a raiz mais profunda de todo o
meu sofrimento” (cf. Bento XVI, Deus é Amor, n.º 31).
10. O
programa do cristão — o programa do bom Samaritano, o programa de Jesus — é «um
coração que vê ». Este coração vê onde há necessidade de amor, e actua em
consequência (cf. Bento XVI, Deus é Amor, n.º 31).
P.e Amaro
Gonçalo, em www.abcdacatequese.com
Nada
melhor para ilustrar este decálogo e a tira da Mafalda do que o poema do Manuel da Fonseca: Dona Abastança.
Dona
Abastança
«A caridade é amor»
Proclama dona Abastança
Esposa do comendador
Senhor da alta finança.
Família necessitada
A boa senhora acode
Pouco a uns a outros nada
«Dar a todos não se pode.»
Já se deixa ver
Que não pode ser
Quem
O que tem
Dá a pedir vem.
O bem da bolsa lhes sai
E sai caro fazer o bem
Ela dá ele subtrai
Fazem como lhes convém
Ela aos pobres dá uns cobres
Ele incansável lá vai
Com o que tira a quem não tem
Fazendo mais e mais pobres.
Já se deixa ver
Que não pode ser
Dar
Sem ter
E ter sem tirar.
Todo o que milhões furtou
Sempre ao bem-fazer foi dado
Pouco custa a quem roubou
Dar pouco a quem foi roubado.
Oh engano sempre novo
De tão estranha caridade
Feita com dinheiro do povo
Ao povo desta cidade.
Proclama dona Abastança
Esposa do comendador
Senhor da alta finança.
Família necessitada
A boa senhora acode
Pouco a uns a outros nada
«Dar a todos não se pode.»
Já se deixa ver
Que não pode ser
Quem
O que tem
Dá a pedir vem.
O bem da bolsa lhes sai
E sai caro fazer o bem
Ela dá ele subtrai
Fazem como lhes convém
Ela aos pobres dá uns cobres
Ele incansável lá vai
Com o que tira a quem não tem
Fazendo mais e mais pobres.
Já se deixa ver
Que não pode ser
Dar
Sem ter
E ter sem tirar.
Todo o que milhões furtou
Sempre ao bem-fazer foi dado
Pouco custa a quem roubou
Dar pouco a quem foi roubado.
Oh engano sempre novo
De tão estranha caridade
Feita com dinheiro do povo
Ao povo desta cidade.
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