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quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

A paz sempre no final e no princípio do ano

1 janeiro de 2017
Dia de Santa Maria, Mãe de Deus e dia Mundial da Paz.
1. Tanto para o ano que termina tanto para o ano que começa, no final de um e no início do outro, temos necessariamente que eleger a palavra PAZ, como valor essencial e do que mais precisamos para o ano que chega, porque ela faltou muito no ano que se vai. A paz faltou no ano que terminou e pelos sinais que os tempos nos revelam seguramente vai faltar no ano que se inicia. É uma constatação terrivelmente evidente e que nos faz ensombrar a vida, quando cada ano devia ser uma festa, uma alegria, uma felicidade para toda a humanidade. Bastava que o ambiente positivo, fraterno, amigo e solidário que se gera no final de um ano e no início de outro perdurasse pelos anos fora. Mas, tristemente, não é isso que acontece.

2. Em cada dia 1 de janeiro também celebramos na liturgia cristã católica, Santa Maria, Mãe de Deus, a mulher que nos guia até ao nosso encontro com Jesus, Ela é o modelo do crente que é sensível aos projectos de Deus, que sabe ler os seus sinais na história, que aceita acolher a proposta de Deus no coração e que colabora com Deus na concretização do projecto divino de salvação para o mundo. É a mulher da paz, é a Mãe da paz. É a serenidade materna de Deus que abraça a humanidade inteira, como celebrizou com a sua sua teologia, o grande teólogo alemão Urs Von Balthasar. Ser devoto de Maria, Mãe de Deus e Rainha da Paz, deve tornar-nos pacíficos e adeptos da não-violência. Isso não significa deixar de lado a luta pela justiça ou de exigir os nossos direitos, muito pelo contrário. O papa Paulo VI afirmou que o nome actual para a paz é justiça. Devemos fazer essa luta de forma evangélica. Antes de mais, procurando sempre ser justos (correctos e honestos na administração dos nossos bens, dos bens públicos, na nossa casa ou no trabalho), e procurando os meios correctos para isso (usando as instâncias legais, e não recorrendo à violência). Mas é preciso sermos também activos pacifistas, não nos acomodando frente às injustiças e violências que sofrem tantas pessoas semelhantes a nós.

3. Os últimos Papas todos os anos para o dia mundial da paz escrevem uma mensagem. O Papa Francisco não foge à regra e para este ano em que se celebra o 50 º dia mundial da paz, enviou-nos um texto magnífico com o seguinte título: «A não-violência: estilo de uma política para a paz». O Papa justifica o título com estas palavras: «desejo deter-me na não-violência como estilo duma política de paz, e peço a Deus que nos ajude, a todos nós, a inspirar na não-violência as profundezas dos nossos sentimentos e valores pessoais. Sejam a caridade e a não-violência a guiar o modo como nos tratamos uns aos outros nas relações interpessoais, sociais e internacionais. Quando sabem resistir à tentação da vingança, as vítimas da violência podem ser os protagonistas mais credíveis de processos não-violentos de construção da paz. Desde o nível local e diário até ao nível da ordem mundial, possa a não-violência tornar-se o estilo característico das nossas decisões, dos nossos relacionamentos, das nossas acções, da política em todas as suas formas» (Nº 1).
Quem desejar ler na íntegra a mensagem do Papa Francisco para o dia 1 janeiro deste ano, pode abri AQUI.

4. Não é fácil dizer o que é a paz. Provavelmente é como tantas coisas da vida que estão aí a cumprir anonimamente e silenciosamente o seu dever para nos salvarem todos os dias, isto é, nos fazerem sorrir, nos fazerem felizes, nos alegrarem… A paz é uma realidade interior e exterior que faz bem a todos, ao mundo e à criação quando acontece verdadeiramente. Deve ser por isso, que Albert Einstein definiu com toda a clareza que a «paz é a única forma de nos sentirmos realmente humanos». Esta ideia pode estar naquela, que já vinha do pensamento de Platão que considerava que «A paz do coração é o paraíso dos homens». Deve ser por causa de tudo isto que nunca devemos nos cansar de finalizar os anos e iniciá-los a pensar, a rezar e falar na paz, para que este valor não nos falte em cada dia do resto do ano e para que não tenhamos de ver imagens horrendas de tantos lugares onde a violência e as armas comandam a vida quotidianamente. Desejo um ano cheio de paz pata todos.

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