1 janeiro de
2017
Dia de Santa Maria,
Mãe de Deus e dia Mundial da Paz.
1. Tanto para o ano que termina tanto
para o ano que começa, no final de um e no início do outro, temos necessariamente
que eleger a palavra PAZ, como valor essencial e do que mais precisamos para o
ano que chega, porque ela faltou muito no ano que se vai. A paz faltou no ano
que terminou e pelos sinais que os tempos nos revelam seguramente vai faltar no
ano que se inicia. É uma constatação terrivelmente evidente e que nos faz
ensombrar a vida, quando cada ano devia ser uma festa, uma alegria, uma
felicidade para toda a humanidade. Bastava que o ambiente positivo, fraterno,
amigo e solidário que se gera no final de um ano e no início de outro
perdurasse pelos anos fora. Mas, tristemente, não é isso que acontece.
2. Em cada dia 1 de janeiro também celebramos
na liturgia cristã católica, Santa Maria, Mãe de Deus, a mulher que nos guia
até ao nosso encontro com Jesus, Ela é o modelo do crente que é sensível aos
projectos de Deus, que sabe ler os seus sinais na história, que aceita acolher
a proposta de Deus no coração e que colabora com Deus na concretização do projecto
divino de salvação para o mundo. É a mulher da paz, é a Mãe da paz. É a serenidade
materna de Deus que abraça a humanidade inteira, como celebrizou com a sua sua
teologia, o grande teólogo alemão Urs Von Balthasar. Ser devoto de Maria, Mãe
de Deus e Rainha da Paz, deve tornar-nos pacíficos e adeptos da não-violência. Isso
não significa deixar de lado a luta pela justiça ou de exigir os nossos
direitos, muito pelo contrário. O papa Paulo VI afirmou que o nome actual para a
paz é justiça. Devemos fazer essa luta de forma evangélica. Antes de mais,
procurando sempre ser justos (correctos e honestos na administração dos nossos
bens, dos bens públicos, na nossa casa ou no trabalho), e procurando os meios
correctos para isso (usando as instâncias legais, e não recorrendo à
violência). Mas é preciso sermos também activos pacifistas, não nos acomodando
frente às injustiças e violências que sofrem tantas pessoas semelhantes a nós.
3. Os últimos Papas todos os anos para o
dia mundial da paz escrevem uma mensagem. O Papa Francisco não foge à regra e
para este ano em que se celebra o 50 º dia mundial da paz, enviou-nos um texto
magnífico com o seguinte título: «A não-violência: estilo de uma política para a paz». O Papa justifica o título com estas palavras: «desejo deter-me
na não-violência como estilo duma política de paz, e peço a Deus que nos ajude,
a todos nós, a inspirar na não-violência as profundezas dos nossos sentimentos
e valores pessoais. Sejam a caridade e a não-violência a guiar o modo como nos
tratamos uns aos outros nas relações interpessoais, sociais e internacionais.
Quando sabem resistir à tentação da vingança, as vítimas da violência podem ser
os protagonistas mais credíveis de processos não-violentos de construção da
paz. Desde o nível local e diário até ao nível da ordem mundial, possa a
não-violência tornar-se o estilo característico das nossas decisões, dos nossos
relacionamentos, das nossas acções, da política em todas as suas formas» (Nº 1).
Quem desejar ler na íntegra a mensagem
do Papa Francisco para o dia 1 janeiro deste ano, pode abri AQUI.
4.
Não é fácil dizer o que é a paz. Provavelmente é como tantas coisas da vida que
estão aí a cumprir anonimamente e silenciosamente o seu dever para nos salvarem
todos os dias, isto é, nos fazerem sorrir, nos fazerem felizes, nos alegrarem…
A paz é uma realidade interior e exterior que faz bem a todos, ao mundo e à
criação quando acontece verdadeiramente. Deve ser por isso, que Albert Einstein
definiu com toda a clareza que a «paz é a única forma de nos sentirmos realmente
humanos». Esta ideia pode estar naquela, que já vinha do pensamento de Platão
que considerava que «A paz do coração é o paraíso dos homens». Deve ser por causa
de tudo isto que nunca devemos nos cansar de finalizar os anos e iniciá-los a
pensar, a rezar e falar na paz, para que este valor não nos falte em cada dia do
resto do ano e para que não tenhamos de ver imagens horrendas de tantos lugares
onde a violência e as armas comandam a vida quotidianamente. Desejo um ano
cheio de paz pata todos.
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