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quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Maria de Nazaré na Imaculada Conceição

Imaculada Conceição, 1618 (Diego VELÁZQUEZ)
1. Amanhã é dia de Nossa Senhora da Conceição. Mais um título atribuído à Mãe de Jesus, Maria de Nazaré. Os muitos títulos atribuídos a Maria, Mãe de Jesus, levantam sempre muito diálogo entre teólogos e fiéis. Não há um consenso dentro e fora da Igreja Católica quanto a este assunto. Mais confuso ainda é o debate se alargarmos o nosso olhar para a diversidade e pluralidade do oceano imenso que é o Cristianismo. Nada de grave ser assim. O que importa salientar, é que os vários títulos dados a Maria derivam da sua riqueza, da sua simpatia, da devoção que se gerou à sua volta e da sua missão principal, ter sido a Mãe do Salvador.

2. O tema mais debatido e dos mais problemáticos à volta de Maria, tem sido o da sua virgindade. Humanamente falando e fisicamente, é um assunto resolvido, não pode ser virgem uma mulher que deu à luz um filho e que coabitou maritalmente com um esposo, São José.
A solenidade que celebramos no dia 8 de dezembro, logo nos ajuda a compreendermos o que ensinava o meu saudoso professor de bíblicas, Maria é virgem no que diz respeito ao acontecimento que se deu em si. É imaculado o momento e a realidade que no seu ventre se gerou, o Filho de Deus, Jesus Cristo. Não pode um momento tão divino estar manchado por qualquer sombra ou mancha. Porém, parece haver neste domínio da virgindade de Maria, alguma confusão quanto à tradução de alguns termos.
O antigo bispo do Funchal D. Teodoro de Faria, pelo meio da conversa mais que gasta sobre este tema da virgindade de Maria, assumiu que «Quando a Bíblia foi traduzida para grego, na versão dos 'Setenta', os rabinos alexandrinos no século III antes de Cristo, traduziram a palavra hebraica 'alma', que significa jovem, por 'virgem”». Foi pena não ter tido a coragem de explorar esta ideia. Pois, logo de seguida voltou à conversa habitual, antiga, gasta e anacrónica sobre a virgindade de Maria.
Não venham a seguir dizer-me que isto é uma questão de fé e de que se acredita ou não e que um padre devia acreditar nisso e ficar quieto e calado. Amigos, nenhum padre e ninguém devem ser cães mudos. A fé pertence ao domínio do mistério de Deus e a tudo o que a ele diz respeito. Tudo o que resta daí é acessório.

3. Gosto de apreciar Nossa Senhora como a Mãe de Jesus, a mulher de Nazaré que mais tarde se junta aos Apóstolos para acolher o tsunami que representou a chegado do Espírito Santo, depois da Ressurreição de Jesus Cristo. Gosto de ver a mulher de Nazaré, aquela que questiona o anjo: «Como será isso se não conheço homem?» (Lc 1, 34). Gosto daquela que se liberta das lides quotidianas de Nazaré e foi apressadamente às terras montanhosas da Judeia, à vila onde Zacarias morava, para visitar Isabel. Gosta ainda da mulher de Nazaré que canta o Magnificat, onde está dito com toda a força e coragem, tudo o que Deus fez e vai fazer:

A minha alma glorifica o Senhor *
E o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador.

Porque pôs os olhos na humildade da sua Serva: *
De hoje em diante me chamarão bem aventurada todas as gerações.
O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas: *
Santo é o seu nome.

A sua misericórdia se estende de geração em geração *
Sobre aqueles que o temem.
Manifestou o poder do seu braço *
E dispersou os soberbos.

Derrubou os poderosos de seus tronos *
E exaltou os humildes.
Aos famintos encheu de bens *
E aos ricos despediu de mãos vazias.

Acolheu a Israel, seu servo, *
Lembrado da sua misericórdia,
Como tinha prometido a nossos pais, *
A Abraão e à sua descendência para sempre

Glória ao Pai e ao Filho *
E ao Espírito Santo,
Como era no princípio, *
Agora e sempre. Amen.

4. Tenham um dia feliz com Maria de Nazaré  e a sua libertadora mensagem…

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