1. O sangue de São Gennaro ou São Januário, Patrono de
Nápoles, liquefaz-se três vezes em cada ano, sempre que tal acontece os
crentes aspiram boa sorte. Por sinal, uma dessas vezes, acontece a 16 de dezembro
de cada ano. As outras duas, acontece no primeiro domingo de maio e 19 de setembro
dia da festa do santo. Este não aconteceu, o sangue manteve-se inamovível. Assim sendo, varre agora
um arrepio sobre os crentes que levam o fenómeno muito a sério, má sorte vem
por aí abaixo para a humanidade.
2. O mais inquietante é que algumas
vezes no passado quando não aconteceu a liquidificação, surgiram desgraças
graves para a humanidade. Num determinado momento no passado, não se liquidificando,
abateu-se sobre a Europa uma Peste Negra e quando se deu a Primeira e a Segunda
Guerras Mundiais, o sangue manteve-se congelado.
3. Mais curioso ainda, foi que no ano
passado o sangue de São Januário liquefez-se nas mãos do Papa Francisco, pela
ocasião da sua visita a Nápoles, após um discurso forte contra o desemprego
jovem e contra a Máfia, que em Nápoles tem grande implantação.
4. Não quero com isto alarmar ninguém.
Mas apenas dar conta do fenómeno e se quisermos, alertar para o mundo em que
vivemos, onde predominam sinais inquietantes de desgraças por todo o lado. Não
precisamos que o Sangue de São Januário se liquefaça ou se mantenha
endurecido, para vermos que a tragédia da humanidade continua a marcar o ritmo
da vida. Basta mirar com olhos de ver a desgraça de Alepo, na Síria, (nada de mais
tenebroso do que ver as imagens de crianças, abandonadas, feridas, em lágrimas
e mortas pelo chão), o drama dos refugiados, o terrorismo e a insegurança do
mundo… Mais ainda todos os focos de violência por todo o lado, as injustiças, a
desigualdade, o desemprego e a pobreza. Sem contar com a calamidade da
propaganda, da caridade fingida e instrumentalizada, os ódios de uns contra os
outros, a falsidade que engana meio mundo, as divisões familiares, as crianças
alimentadas com valores falsos tipo presentes à pai natal e tudo um conjunto de
dramas que conduz a humanidade para a desumanidade.
5. Oxalá que a humanidade aprenda a ler
a realidade e que aprenda que toda a desgraça diz respeito a todos e que cada
um pode dar um bocadinho de si para minorar o sofrimento daqueles que estão à sua
volta.
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