Nos melhores tempos da minha vida, quando fazia a licenciatura em Teologia, na surpreendente Lisboa, algumas vezes saboreei o prazer de estar na Assembleia da República para ouvir o Primeiro Ministro António Guterres, eram os tempos da "picareta falante", expressão que definia a eloquência do governante António Guterres. Realmente, o homem brilhante no confronto parlamentar, vencia todos os debates aos seus adversários com uma facilidade impressionante.
Nesse momento de entusiasmo do espetáculo que era assistir aos debates, podíamos perceber a bagagem cultural e a sensibilidade social de António Guterres. Depois comoveu-me a sua regular pratica religiosa católica, o seu sofrimento com a doença da esposa e consequente morte e a preocupação constante com os mais débeis deste país, cujas políticas sociais, levadas a cabo nos seus mandatos, segundo dizem, contribuiu para aumentar o défice.
É este homem que hoje será entronado como Secretário Geral das Nações Unidas. O padre Vítor Melícias, o seu amigo e confessor, já disse o que este feito representa para António Guterres e para humanidade: "Ele tem desenvolvido imensas funções, presidente da Internacional Socialista, foi primeiro-ministro, alguns queriam que se candidatasse a Presidente da República. Eu julgo que este tipo de funções são aquelas que ele sempre desejou e para os quais tem um perfil efectivamente, estar ao serviço da Humanidade e dos valores".
É esta vertente de Guterres, tão profundamente humana e sempre disponível para memorar o sofrimento dos outros, que nos garantem que será o homem certo num lugar tão importante para a paz no mundo e o progresso da humanidade. E oxalá que a expressão "o Papa Francisco civil" brilhe tanto para o mundo, como brilhava imenso a outra da "picareta falante", que permitiu ao antigo Primeiro Ministro de Portugal ser tão assertivo e combativo na Assembleia da República. Felicidades para António Guterres e para o seu mandato em proveito da paz no mundo e a tranquilidade dos povos.
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