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sábado, 26 de janeiro de 2013

Má sorte de ser pobre


Os campos falam o que desponta
Na bênção da chuva enorme
Que os sem-abrigo condenados
Na solidão da injustiça da fome
Quando os ossos se vitimizaram
Sobre a pedra fria do calvário
- De uma cidade
Que vagueia na noite e no dia da indiferença.
Não vejo em silêncio
Neste ensaio de pedincha soberba
Ou quase feroz compadecida
Numa não solução incontida
Que vejo neste desejo revoltante
- Porque se arrebata os olhos nus
A crueldade da pobreza.
José Luís Rodrigues

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