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segunda-feira, 15 de julho de 2013

A inclusão contra todas as formas de exclusão

Mesmo que silenciosamente, ou se quisermos, timidamente, está a emergir uma Igreja católica inquieta quanto à inclusão contra os intuitos exclusivistas que alimentam o coração de muitos católicos. O sonho de uma Igreja da inclusão é muito forte. Não queremos uma Igreja sectária e reduzida a grupecos de iluminados e purpurados. O sonho do Evangelho é muito mais abrangente. 
O Papa Francisco está a fazer esse caminho de forma muito interessante e desafiadora para todos nós. Obviamente, que inquieta que continue a bater o eco de gestos que excluem contra a ideia forte de inclusão que os sinais do Papa está corajosamente a levar a cabo. No rol imenso dos sinais dos tempos, este sinal do Papa, está a ser o mais interessante e aquele que pode subverter muita coisa cimentada na rocha firme da nomenclatura secular do poder do Vaticano e de uma I. C. que sempre se alimentou do exclusivismo.  E assim, fico seguro que o mundo pode também nem que se seja por arrasto converter-se ao desenvolvimento e progresso que não exclui ninguém. 
O que falamos quando dizemos uma Igreja da inclusão contra uma Igreja da exclusão? – Falamos de uma I. C., que seja mesmo universalista na verdadeira acepção da palavra. Uma Igreja que emerge do Espírito do Pentecostes. Nada e ninguém a trava no que diz respeito ao serviço. Nada nem ninguém a trava quanto à sua incansável procura dos pobres e desprezados deste mundo. A primeira viagem do Papa fora de Roma, a Lampedusa, foi bem reveladora dessa ideia que paira nos intentos papais. Para que veio o Papa? - «Chorar os mortos por quem ninguém chora». Está tudo dito…
A Igreja da inclusão alimenta o sonho de um despojamento do poder à maneira humana. O poder é serviço à luz do Evangelho. O poder é uma mediação misericordiosa para acolher, perdoar e aceitar. O poder é a visibilidade histórica do rosto paterno e materno do Deus revelado por Cristo. A Igreja tem de ser absolutamente uma fraternidade.
Os nossos tempos precisam de uma I. C., que vá ao encontro dos pobres, especialmente, as multidões que enfermam sob a violência das armas, da fome e da doença. A I. C., não pode nem deve ficar só e unicamente voltada para si mesma, deve olhar para o mundo todo e ser sinal de esperança para todos os homens e mulheres. Para que a Igreja não se torne numa seita exclusivista de pretensos iluminados. Entre nós anda algo perigoso a quantidade de grupos, ditos de carismáticos, completamente divididos, com as suas capelinhas e os seus padres de «estimação». A coisa está preocupante e grave.

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