Deus, o que é?
Vejamos António Alçada
Baptista no livro a «Cor dos Dias». À pergunta «Deus, o que é?», o autor responde:
«A mensagem cristã assegura que Cristo está em nós e como isso é necessário
fazer outro mundo que nada tem a ver com este que estamos a viver. Na estrutura
deste mundo quem acha possível amar os inimigos, dar a outra face quando foi
esbofeteado, pensar ser como as aves do céu e os lírios do campo, a olhar para
a vida com um olhar inocente e tudo o mais que Cristo nos propõe? Não me parece
que haja uma quantidade significativa de pessoas que estejam dispostas a esta
proposta de despojamento. Mas as palavras de Cristo permanecerão à espera de
quem as quiser seguir. Às vezes penso que tudo isso é impossível e que as leis
do mundo permanecerão inabaláveis contra as propostas de compreensão e amor que
Cristo nos propôs. Mas, por outro lado, sinto uma grande insatisfação nas
pessoas que de uma maneira ou de outra tentam pôr em questão as leis do mundo e
arranjar uma maneira de sair fora desta armadilha em que todos vamos caindo. Eu
sei que uma religião tem de ter uma base institucional que assegure as formas e
os ritos que, pelo menos por enquanto, regule uma relação com os mistérios de
Deus. E também essas instituições, como todos nós, estão afectadas pelo mundo
em que estamos emersos. Noto que os males do mundo aparecem como inevitáveis.
Como é possível a gente conformar-se e achar que fazem parte da vida coisas
como as guerras, as fomes, a violência e tudo o mais que são os comportamentos
dos homens?
Seguir as palavras de
Cristo é meter Cristo em nós e, se não sabemos onde está Deus, Cristo
ensina-nos que pode estar dentro de nós. No meio das coisas do mundo seria bom,
para nós e para o mundo, se cada cristão fosse outro Cristo».
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