Ensaio poético para o fim de semana...
I.
Ó que vontade de ver-te neste
presente terrível
Onde anseio o sol embora seja
noite.
Mas fico-me numa espera
palpitante como nunca
E sei que virá o teu brilho
embora a distância esconda.
II.
Já vejo o caminho a fazer-se
no andar solene do gesto
Quando te vi no recanto
luminoso embora seja tarde.
Vamos então ambos passo a
passo ao cimo do monte
Onde se transfigura a fé
embora se vá o ar da manhã.
III.
Agora penso em arco a
totalidade de uma casa
Onde as mulheres se alegram embora
a fadiga nos mate.
Mas não desisto do encanto e
da ternura de um toque
Mesmo que em mistério não
cresça o que desejo.
IV.
O que falas sem dizer a
palavra escorre no sangue
E faz porto no coração embora
seja mais o que não sei.
Embora sempre soube do
impossível que se faz neste chão
Antes a morte embora pese
firme o dom da esperança.
V.
Na brisa que bate no rosto como
eco vindo de longe
Eis esta certeza magnífica de
mais uma manhã
Na paz do teu rosto feliz
embora venha a noite.
E fiquei aqui na luz interior na fonte do pensamento.
José Luís Rodrigues
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