Domingo XIV
Tempo Comum
Esta
passagem da 1ª leitura, famosa, é obra do chamado “Segundo Zacarias”, um
profeta anónimo do séc. IV-III a.C.. Toda a lógica da guerra e da corrida aos
armamentos, porventura alimentada pelos sonhos de um messianismo político e
triunfalista, são agora abandonados. O Rei que vai chegar, é um «pacifista»,
contra toda a violência e injustiça.
O
capítulo 8.º da carta aos Romanos é uma das páginas mais densas da teologia
paulina. Este Espírito é não só um novo princípio de vida, mas também um
princípio de vida nova e, portanto, penhor da vida futura da Ressurreição.
Jesus
e os primeiros cristãos experimentaram a recusa dos chefes e dos “sábios”
(escribas, fariseus, saduceus...) em acolher o projecto salvador de Deus que em
Jesus, com Jesus e por Jesus se realizava (nisso consiste o “mistério do
Reino”). Mas ao mesmo tempo viviam a alegria de ver os pobres, os simples e os
humildes a acolher essa Boa Nova. Daí, que aos sábios e prudentes risíveis, aos
arrogantes, aos grandes na aparência mas, na verdade, inchados, opôs não os
ignorantes ou os imprudentes, mas os pequenos. Jesus ensina-nos que devemos ser
pequenos para conhecermos a grandeza do amor que Ele nos revela. A humildade
salva-nos.
Estamos
em tempo de festas populares, os nossos arraiais. São importantes para
congregar as comunidades à volta de acontecimentos que requerem sempre alguns
gastos avultados. Por isso, é sempre muito importante a pequena partilha de
cada um para juntar o muito que é preciso gastar para ser realizada a festa.
Mas, dado que os tempos são de dificuldades financeiras para todos, devemos ser
comedidos, sóbrios para que não escandalizemos os que passam maiores
dificuldades e necessidades.
Os
nossos arraiais têm esta função essencial, congregam e apelam à partilha. Sabe
bem sabermos que é um acontecimento de todos e não uma manifestação egoísta,
que antigamente servia para alguns se pavonearem no exibicionismo, felizmente
esse tempo vai passando.
A
nível espiritual, a festa serve para louvar e invocar o mistério maior da nossa
fé, a Eucaristia e os santos padroeiros das nossas comunidades. A eles a
comunidade junta-se para agradecer, pedir e aprender o seu exemplo de vida
cristã.
As
nossas festas paroquiais devem servir para nos sentirmos alegres, renovados na esperança
e justificados pela fé que professamos em Jesus Cristo.
O
arraial acontece no exterior das Igrejas, como sinal dessa alegria que convida
ao convívio e à fraternidade. Este momento deve ser aproveitado para retemperar
forças e extravasar a alegria de se saber pertencente à comunidade que acolhe
na celebração da fé. O arraial serve os comes e bebes; a música com a
respectiva dança; as conversas animadas e o riso. Tudo isto serve para
proporcionar o ambiente da festa. As comunidades precisam disto e cada pessoa
individualmente também precisa, porque não podemos estar sempre sobrecarregados
com as contrariedades da vida do dia a dia. É Jesus que ensina: «O Meu jugo é
suave e a Minha carga é leve». Assim, a festa serve para aprender que a missão
e a condição de ser cristão devem ser vividas e acolhidas com a maior das
alegrias.
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