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segunda-feira, 3 de julho de 2017

A religião que crucifica não liberta

1. A Bíblia é o livro mais interessante que se pode ler. Não admira que seja o mais vendido e lido no mundo. Mas, tem passagens de extrema violência e é uma história de sofrimento que nos deixa estarrecidos se pensarmos que por entre as letras da Bíblia, está o Deus da vida e do amor. A Bíblia se for mal lida e mal interpretada é o mais perigoso dos livros. Porém, nunca duvidemos que no essencial e no centro da Bíblia está o apelo à bondade e à fraternidade. Obviamente, que as estruturas do poder deste mundo, sejam religiosas, políticas e económicas quando se servem da Bíblia para se manterem e perpetuarem, nunca recorrem às passagens que apelam à bondade e à fraternidade, mas a todas as outras que incentivam ao ódio, ao moralismo e ao domínio de alguns sobre todos os outros (a maioria que se deseja pacificada e domesticada).

2. Tudo o que se refere à promoção do bem na Bíblia está carregado de altruísmo. Pois, sempre ensina que a luta pelo bem implica sofrimento e tantas vezes entrega da própria vida para salvar outras vidas. Jesus é o exemplo maior desse altruísmo. Um deus, que se constrói na ideia bíblica de que pode fazer tudo, até cometer crueldades horripilantes, sobre a capa da bondade, não existe.

3. Quando encontramos religiosos que se deixam tomar pelo ódio, sem entrega desprendida e desinteressada, mas embevecidos pelo moralismo patético e fora do âmbito da realidade concreta, só porque sim, não agem em nome de nenhum Deus, mas em nome de si próprios ou de ideologias fabricadas por carolas que assumiram uma vontade maior que mundo, para o dominar a seu belo prazer.

4. Há muitos loucos dentro das religiões. Outros doentes do foro psicológico e psiquiátrico, com problemas mal resolvidos sexualmente, humanamente e socialmente falando. São uns tratantes porque distratam as pessoas que deviam amar incondicionalmente. A insanidade mental tomou conta da religião e dos religiosos que a compõem. É preciso purificar as religiões, começando por dar-se as responsabilidades mais importantes e salientes a pessoas normais, isto é, com as questões essenciais da vocação resolvidas e integradas. Os absurdos não devem ser tolerados, para que cessem os equivocados preconceitos que tanta injustiça provoca, levam à exclusão e ao sofrimento de tanta gente. A religião que crucifica não liberta. É realidade morta, que não devia sequer entrar nos parâmetros da religião.

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