Domingo XVI Tempo Comum, 23 julho de 2017
O
livro da sabedoria, escrito em Alexandria na 1.ª metade do séc. I (a.C.), é de
onde foi tirada 1.ª leitura deste domingo, é a parte final do livro. Nesta
passagem descobrimos que Deus, sendo todo-poderoso, podia manifestar-Se com
poder, castigar e sanear todos os malvados que não o acolhessem e amassem.
Mas,
Deus não se entrega como os pequenos tiranos a manifestações de fúria. Mas,
descobre-se um Deus «justo» misericordioso e compassivo. No entanto, o autor
afirma que Deus condena todo o mal, mas não o faz com tirania, mas com toda a
indulgência de modo que todos se possam arrepender. Assim, devemos nós os
crentes ser tolerantes e sempre esperar pacientemente a conversão e a mudança
dos outros. Esta esperança deve fazer parte das nossas vidas para que os males
dos outros não nos vençam e nos conduzam para a violência ou à inquietação
incontrolável perante as limitações que a vida dos outros muitas vezes
apresenta, que tanto prejudicam a nossa vida. Devemos seguir o exemplo de Deus
e isso nos salvará e nos fará felizes.
Depois
dos gemidos que passamos nesta vida material, na expectativa do bem maior que
vamos depois alcançar, São Paulo, aponta os gemidos do Espírito para que o
destino do cristão à vida nova e à glória são sejam frustrados perante as misérias
e limitações da vida deste mundo. O Espírito estabelece uma feliz comunhão
entre a aspiração do cristão e a vontade de Deus. Na nossa intimidade, pela
oração, descobrimos a acção do Espírito, que nos revela Deus como Pai, para
depois sentirmos o abraço do Seu amor como Mãe.
O
Evangelho propõe mais três parábolas sobre o Reino, seguidas de uma explicação
sobre o trigo e o joio. As parábolas são transmitidas às multidões e as
explicações em casa aos discípulos. Muito curiosa esta particularidade do
Evangelho. A parábola do trigo e do joio põe em confronto duas atitudes, a do
dono do campo (paciência) e a dos servos (impaciência). Só a atitude de Deus –
o «dono do campo» – é salvadora. Eis um convite de Jesus aos discípulos para
conterem a sua impaciência e dominarem o seu «puritanismo» até ao tempo da
«ceifa» (imagem do juízo definitivo de Deus).
Neste mundo, o Reino de
Deus deve crescer lado a lado com o mal. Agora é o tempo da espera, não o do juízo
nem cabe a nós fazermos a colheita. Só Deus, o «dono» do Reino pode julgar com
justiça quem a Ele pertence ou não, por conseguinte, a nós, cabe-nos ter a
certeza que a justiça de Deus nunca falha e seguramente será verdadeiramente
justa. Ele é um justo e sábio juiz.
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