1. Andam muitos
desencantados ou desiludidos com a Igreja e com as igrejas, comunidades
paroquiais, a família e o trabalho. Tudo normal nos tempos em que se exige tudo
sem que se sinta que devemos também ter vontade de dar alguma coisa. Quem não
dá nada, também tem nada. Faço deste texto, um exame de consciência, porque
neste domínio também me acuso de muitas falhas. Sou o primeiro a enfiar a carapuça.
2. Facilmente se
desiste da comunidade, da família e até do trabalho, porque não foram satisfeitas
as vontades pessoais e as manias que se alimenta caprichosamente ao sabor do
vento, então desiste-se, desapontados e frustrados, justificando com os
defeitos e os erros dos outros. Os mundos idílicos não existem e não existe em
nenhum lugar pessoas perfeitas, livres do erro e do defeito.
3. Por isso,
muitos esquecem que ninguém é uma ilha e que desistir é afastar-se dos outros,
não havendo mais a possibilidades de crescer e construir juntos. Não seria mais
bonito enfrentar com coragem os problemas e as dificuldades que sempre surgem
na família, no trabalho e na comunidade? Não seria mais bonito dar o meu
contributo a todos os níveis para que as coisas melhorassem não só para mim mas
para todos? Não seria mais bonito ter vontade de trabalhar pelo bem comum ao
invés de assumir a minha má vontade, o meu não querer, só porque não era como
eu queria, ao meu jeito, com justificações pobres e fracas de inteligência? –
Porque ninguém é uma ilha, desistir, é desistir do outro e isso não é evangélico
nem muito menos cristão e humano.
4. Uma igreja,
uma família e um lugar de trabalho não podem ser julgados pelo comportamento de
alguns, nem muito menos pelas atitudes de um líder. Jesus não mandou que procurássemos
pessoas e lugares onde seríamos amados, mas mandou-nos amar e perdoar,
inclusiva os que nos odeiam. Tarefa ingrata e difícil. Mas é assim a religião
cristã, que se fosse levada a sério, provavelmente, as Igrejas poderiam, isso
sim, ficar completamente vazias. Amar quem nos ama é fácil, mas amar nas dificuldades
é o milagre/desafio que Deus nos pede.
5. Se procuramos
uma comunidade, uma família e um trabalho, somente para nos sentirmos bem o
tempo todo, estamos na verdade atrás de um «produto», como procuramos produtos
no supermercado. Assim, a nossa atitude na família, no trabalho e na igreja,
será de forma comercial, ligados pelo interesse pessoal. A família, o lugar do
trabalho e da igreja não são lugares neutros. São lugares que implicam amor e o
amor não se reduz à satisfação pessoal, mas sim participar na promoção do bem para
todos os que estão ali presentes e extensivo aos outros que ainda não estão.
6. Estes tais
ambientes (comunidade religiosa, família e trabalho) onde estamos requerem uma
constante análise, obviamente. Não podemos ser acríticos, cegos, surdos e
mudos. Mas, nunca podemos esquecer que fazemos parte de um corpo e que não
podem ser os defeitos e os erros de alguns, que nos vão demover ou abandonar o
barco assim logo à primeira, sem que se tente ao máximo contribuir para
melhorar o ambiente. É este o desafio principal para quem acredita, mas para
todos, basta que tenham consciência que nada se consegue sem boa vontade, o querer
trabalhar e o sonhar com um mundo mais sorridente para todos.
Sem comentários:
Enviar um comentário