Comensal
divino:
1. Mais um
inquietante relatório sobre a perseguição religiosa no mundo. O relatório da
Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), sobre a perseguição religiosa no
mundo, dá-nos conta da tragédia em que mergulharam tantas comunidades
religiosas, particularmente, as cristãs. A AIS apresenta este relatório de dois
em dois anos, constata-se que do último para cá a perseguição religiosa aos
cristãos aumentou exponencialmente.
2. O relatório
tem como título «Perseguidos e Esquecidos». Analisa a situação em 13 países,
entre Agosto de 2015 e Julho de 2017, concluindo que «houve
um declínio da liberdade de expressão da fé da comunidade cristã, que está a
ser vítima de uma perseguição “nunca vista na História”, e de uma violência sem
precedentes».
3. Iraque e Síria são os países onde os ataques têm sido os mais graves,
movidos pelo grupo terrorista auto dominado Estado Islâmico. Aqui «Os cristãos são
uma minoria pobre, desprotegida e sem acesso aos direitos mais básicos, e
muitos tiveram de fugir por causa da ameaça dos radicais islâmicos», disse à
Renascença Catarina Martins Bettencourt, que alerta: «O cenário que apontamos
neste relatório é o da possibilidade de em três anos as comunidades cristãs
pura e simplesmente desparecerem nestes dois países. O que me choca muito,
porque estamos a falar do berço do cristianismo».
4. Se pelo Médio
Oriente os ataques são perpetrados pelos grupos jihadistas, outros lugares é o
próprio Estado, por exemplo, China e Correia do Norte. O panorama em África
também não deixa de ser tenebroso. A Nigéria destaca-se na perseguição
religiosa. «Há uma limpeza étnica, sobretudo no norte
do país, levada a cabo pelo Boko Haram, um grupo terrorista filiado do auto-proclamado
Estado Islâmico». O relatório indica que a onda de violência já causou «mais de
1,8 milhões de refugiados ou deslocados». Só na diocese de Kafanchan, e só nos
últimos cinco anos, o Boko Haram assassinou 988 pessoas, destruiu 71 aldeias –
na sua maioria cristãs –, e mais de 20 igrejas. Os relatos são impressionantes
pelo teor da brutalidade.
5. O relatório, «Perseguidos
e Esquecidos», mais uma vez põe a nu que está em curso um genocídio no médio oriente, e em alguns países de África, especialmente. No
entanto, não quer dizer que em todas partes do mundo a perseguição religiosa
não exista. Há a violência que se destaca na prática dos grupos
fundamentalistas, mas há também a das leis dos Estados e as suas acções políticas
em nome dos interesses económicos, armamentistas e outros de ordem estratégica
que levam ao silêncio ou ao simples encolher de ombros perante a violência exagerada
contra a liberdade religiosa.
6. Outro dado prende-se com o silêncio das opiniões públicas
mundiais, embriagadas com a ditadura do futebol e o silêncio da comunicação
social. Assim, resta confiar no poder protector de Deus, já que os poderes do
mundo, só servem maiormente para saciar interesses de ordem egoísta. Lutemos
pela paz e pela liberdade religiosa.
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