Pão quente:
Domingo XXVII
tempo comum
Os
pensamentos, estão para a vida na mesma medida que a vida está para os
pensamentos. O grande estudioso do cérebro, o cientista António Damásio, diz
que a alma está no cérebro. Considero esta conclusão muito interessante e
importante, porque o bem mais preciso que Deus deu à humanidade é a
inteligência. Curiosamente, penso que não haverá ninguém que não considere que
a inteligência está no nosso cérebro. Por isso, se este é o bem maior que Deus
nos deu, então, ele faz parte da nossa alma. São Paulo, apela que se centre os nossos
pensamentos no pensar de Cristo. Quais são os pensamentos de Cristo? - Eles
são: "Tudo o que é verdadeiro e nobre, tudo o que é justo e puro, tudo o
que é amável e de boa reputação, e o que seja digno de virtude e de louvor, é o
que deveis ter no pensamento". Aqui está a lista do conteúdo do pensamento
positivo que muitas vezes se vê apregoado pelos vários mestres e que Jesus não
deixou de considerar também.
Na
realidade eles são difíceis de atingir. Esta lista são valores da alma, que
precisam de inteligência para serem levados à prática. O Apóstolo quer
ensinar-nos que facilmente os nossos pensamentos se perdem em ninharias e em
conteúdos inúteis que não servem para nada e para ninguém.
O
pensamento não se controla, é verdade. Mas pode ser conduzido e facilmente
desviado, basta fazer um pequeno esforço e uma certa ginástica mental.
Nessa
busca de bons pensamentos, descobrimos no grande pensador Carlos Jaspers o
sentido do filosofar como um "estar a caminho" e como um
"despertar"; Bertrand Russell, coloca o centro dos pensamentos no
verbo "interrogar", as ideias não escorrem sem esse sinal de
interrogação constante; Merleau-Ponty radica-o na palavra "criticar";
Le Roy, ensina que não basta debulhar ideias, elas terão sentido quando o
pensamento segue o caminho da "unidade", isto é, "unificar"
é crucial para a conjugação dos pensamentos e das ideias; por fim, o nosso
incontornável Antero de Quental recorre ao verbo "duvidar", que por
vezes assusta alguns, mas é sempre necessário para crescer e permitir a
evolução dos pensamentos e das ideias.
Daí que bons pensamentos, produzem bons frutos. Deve ser por aí, que Jesus identifica o Reino de Deus, quando está traduzido na prática de cada um de nós como sinal desse Reino, se soubemos conjugar «bons pensamentos» com «bons frutos».
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