Pão quente:
Domingo XXVIII
tempo comum
A liturgia do 28º Domingo do Tempo Comum
utiliza a imagem do «banquete» para descrever esse mundo de felicidade, de amor
e de alegria sem fim que Deus quer oferecer a todos os seus filhos. Com o profeta Isaías tomamos conta do
«banquete», que um dia Deus, na sua casa, vai oferecer a todos os povos. O
convite está feito, acolher esse mandato é reconhecer que o convívio fraterno é
o sinal da comunhão com Deus e que a felicidade está presente como valor
essencial para enriquecer a vida de todos.
O Apóstolo Paulo está preso e recebe uma
ajuda monetária razoável, recolhida na comunidade de Filipos. Porém, embora a
ajuda seja bem-vinda, porque alivia a "aflição" de Paulo, mas não é o
mais importante para ele, porque se sente preparado para viver na fartura e
para passar fome, e assim, acontece, porque, "Tudo posso por Cristo, que
me dá força".
Neste contexto, São Paulo apela aos filipenses
que é muito importante partilhar e interessar-se pelas aflições dos outros e
viver a solidariedade com os mais necessitados. Quem abre o coração à partilha,
Deus provém a todas as suas necessidades. Deus não falta com tudo o que seja
necessário em relação a todos os que abrem o seu coração à solidariedade e
partilha. Já vem de longe o ensinamento, "quem dá aos pobres empresta a
Deus".
Este texto dá-nos uma grande lição em
duas vertentes. Primeira, devemos ser solidário e sempre que as necessidades à
nossa volta apareçam devemos procurar ajudar na medida do possível. Segunda,
devemos aprender a viver em cada circunstância com aquilo que a vida nos
oferece. Quantas pessoas, encontramos revoltadas, porque não têm abundância de
dinheiro e de bens materiais? Quantos vivem amargurados porque a vida não lhes
acena com a sorte de ter muito? Quantos vivem a contragosto porque a vida não
lhes sorri com tudo aquilo que a publicidade seduz? - O desespero é grande,
porque se desaprendeu a viver com pouco e com aquilo que é absolutamente
necessário para a vida.
No Evangelho fica clara a ideia de que é
preciso segurar o convite de Deus e que as mediações deste mundo e da vida
material não podem distrair-nos desse horizonte de Deus. A fidelidade ao
compromisso com uma condição que recebemos deve ser levada a sério todos os dias,
e deve fazer-nos coerentes, consequentes na busca de um mundo mais humano onde
todos cabem à volta da mesa do amor e da paz. É este o banquete de que se fala.
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