Se corresponderem aos convites, vamos continuar com esta interessante rubrica. Retomamos a nova temporada com a Linda Camacho. Obrigado amiga pelo seu pronto testemunho.
Deus e Eu
Pede-me o
padre José Luís Rodrigues — que faz a gentileza de ser meu amigo — que escreva
sobre a minha relação com Deus.
Hesitei
porque a minha relação com Ele é muito pouco ortodoxa; como tal, receio não ser
capaz de a expressar aos outros. Aliás, penso que todos nós temos uma relação
com Deus, só nossa e difícil de a transmitir. Mesmo assim vou tentar.
Nasci uma
criança doente, com grave problema de saúde, tanto que, dos dois aos nove meses
fiz três operações. Certamente Deus queria-me cá porque, contra todas as
expectativas, eu “safei-me”…
Fui
crescendo com uma mãe que todas as noites me ensinava a pedir pela minha saúde,
por isso habituei-me desde cedo a falar com Ele, num diálogo de criança;
portanto, era tu cá, tu lá.
Cresci,
fiz-me mulher e mãe e, com o frenesim duma vida de correrias entre o trabalho e
as tarefas de dona de casa, passei a só falar com Ele quando estava aflita, o
que me parece que deve acontecer a muito boa gente.
Os anos
passaram e agora, nesta última página da minha vida, voltei a dialogar com Ele
a qualquer hora; passei a tê-lO sempre perto de mim, no sorriso ou choro duma
criança, nas flores que me rodeiam, na contemplação do céu e do mar e aprendi
que não só Lhe devemos agradecer tudo, até o simples dom da vida que me parecia
negada logo à nascença.
Agora Ele
está presente a todo o momento da minha vida.
E é curioso
que não me sinto lá muito bem a pedir o que quer que seja… e quando Lhe peço
algo, ressalvo sempre o “se achares que é o melhor…”
Maria Linda Camacho
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