Escrever nas
estrelas:
A vida é curta. Somos tão pouco diante de uma grandeza que não
sabemos medir, não sabemos onde começa, como está e onde acaba. Não sabemos medi-la
nem pesá-la. Somos o que somos, é óbvio. Por conseguinte, em nós há
sentimentos, somos alma, não basta um corpo e aquilo que vemos e agarramos com
as mãos, para sermos a vida, a existência de um eu que orgulhosamente
ostentamos tal como se apresenta ao mundo e aos outros.
Nesse albergue onde abrigamos a existência, precisamos de
energia partilhável, de olhares que se cruzam, uma alma que nos toque (a nossa
e a das outros), compreensão que nos abafe, a compaixão que nos console, o
perdão que nos faça sorrir, a palavra que nos faça gente como toda a gente e
tudo que anima o convívio e a amizade. Nesse pouco que somos, podemos ser muito
se existir muita realidade à volta que nos preencha, nós compreendamos e que nos
compreenda. Tudo tão difícil, mas tão nobre e enorme.
Os tombos interiores são importantes e necessários, porque
purificam a alma e fazem abrir os olhos da interioridade. Já vimos que só o
material não chega, porque quando ele se impõe obsessivamente, só por si, faz
nascer o vazio e o inútil, caso nunca tenhamos predisposição para a partilha de
afetos com aqueles que nos rodeiam enquanto vivemos. Os olhos da cara, desvelam
muito, mas não nos fazem ver tudo.
O amor é necessário para esse mistério do mar imenso que é o
nosso interior. Ele não é materializável, não se compra nem se vende, mas
existe dentro e multiplica-se desmedidamente quando os sentimentos são sinceros
e verdadeiros. É tão bom cair em si muitas vezes na vida.
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