Ao
sétimo dia
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1. No filme «A vida é Bela» de
Roberto Benigni, um senhor já de idade (o tio do protagonista) dizia esta frase
lapidar, quando percorria a sua casa cheia de objetos estranhos, mais ou menos
inúteis mas cheios de memória, como que antecipando alguma pergunta curiosa de
quem se surpreendesse com aquela coleção de velharias: «Nada é mais necessário
do que o supérfluo».
2. Ponto de ordem, sei ver e
reconhecer muito boa informação e bons jornalistas em todos os órgãos de
informação, que nos dão a conhecer histórias novas e notícias frescas todos os
dias. Esse trabalho implica muita entrega pessoal, muito sacrifício e tantas
vezes injustiças contra as suas vidas pessoais e familiar.
No entanto, continua a existir
trigo e joio. Todas as redacções têm trigo e joio. Grandeza e pobreza. Respeito
e desrespeito pela ética. Sentido do dever de informar, mas também vontade de
destruir, dividir… Enfim, os órgãos de comunicação são essenciais para um bom
funcionamento das sociedades democráticas. Mas também são a outra face, que
tantas vezes permite ao abrigo da liberdade de expressão, tanta vontade de
influenciar e ganhar dinheiro a todo o custo.
Toda a informação de qualidade
será sempre ética e educativa. Ao contrário, nenhuma informação que careça de
ética pode dizer-se que tem qualidade e que alguma vez seja educativa.
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3. O jornalixo, é uma expressão
que designa alguns trabalhos informativos ou programas noticiosos, que não
cumprem em nada o dever de informar e muito menos ajudam a formar opinião
verdadeira sobre os acontecimentos e as pessoas. O jornalixo, é quando os únicos
propósitos são a conquista de audiências, o lucro desenfreado e a loucura de
chegar primeiro, com o alto custo de destruir vidas de pessoas, instituições,
partidos políticos, movimentos e grupos de qualquer índole social.
4. Perante este panorama não se
trata de propor mecanismos de censura ou de autocensura, pelo contrário,
trata-se antes de situarmos a discussão no âmbito da seriedade e da honestidade
intelectual que qualquer profissão implica, ainda mais quando se trata de uma
função que tem como fim principal comunicar. Isto é, os agentes da comunicação
devem ter uma vigilância permanente na sua atividade informativa no que diz
respeito ao controlo de qualidade. O mesmo se passa com os restantes produtos
do mercado. Qualquer agente comercial sério, procura não vender no seu
estabelecimento produtos impróprios para consumo.
5. Os produtos de qualquer órgão
de comunicação social, também são «produtos de consumo», por isso, devem estar
sujeitos ao controlo de qualidade que deve ser feito pelos próprios meios de
comunicação social. E mais, todos nós temos direito a uma informação
verdadeira. A liberdade de expressão está também associada ao direito de
informação verdadeira. Para a saúde da vida democrática e para o futuro das
comunidades esses equilíbrios são sempre desejáveis.
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