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sexta-feira, 20 de outubro de 2017

O jornalixo

Ao sétimo dia
Imagem Google
1. No filme «A vida é Bela» de Roberto Benigni, um senhor já de idade (o tio do protagonista) dizia esta frase lapidar, quando percorria a sua casa cheia de objetos estranhos, mais ou menos inúteis mas cheios de memória, como que antecipando alguma pergunta curiosa de quem se surpreendesse com aquela coleção de velharias: «Nada é mais necessário do que o supérfluo».
2. Ponto de ordem, sei ver e reconhecer muito boa informação e bons jornalistas em todos os órgãos de informação, que nos dão a conhecer histórias novas e notícias frescas todos os dias. Esse trabalho implica muita entrega pessoal, muito sacrifício e tantas vezes injustiças contra as suas vidas pessoais e familiar.
No entanto, continua a existir trigo e joio. Todas as redacções têm trigo e joio. Grandeza e pobreza. Respeito e desrespeito pela ética. Sentido do dever de informar, mas também vontade de destruir, dividir… Enfim, os órgãos de comunicação são essenciais para um bom funcionamento das sociedades democráticas. Mas também são a outra face, que tantas vezes permite ao abrigo da liberdade de expressão, tanta vontade de influenciar e ganhar dinheiro a todo o custo.
Toda a informação de qualidade será sempre ética e educativa. Ao contrário, nenhuma informação que careça de ética pode dizer-se que tem qualidade e que alguma vez seja educativa.
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3. O jornalixo, é uma expressão que designa alguns trabalhos informativos ou programas noticiosos, que não cumprem em nada o dever de informar e muito menos ajudam a formar opinião verdadeira sobre os acontecimentos e as pessoas. O jornalixo, é quando os únicos propósitos são a conquista de audiências, o lucro desenfreado e a loucura de chegar primeiro, com o alto custo de destruir vidas de pessoas, instituições, partidos políticos, movimentos e grupos de qualquer índole social.
4. Perante este panorama não se trata de propor mecanismos de censura ou de autocensura, pelo contrário, trata-se antes de situarmos a discussão no âmbito da seriedade e da honestidade intelectual que qualquer profissão implica, ainda mais quando se trata de uma função que tem como fim principal comunicar. Isto é, os agentes da comunicação devem ter uma vigilância permanente na sua atividade informativa no que diz respeito ao controlo de qualidade. O mesmo se passa com os restantes produtos do mercado. Qualquer agente comercial sério, procura não vender no seu estabelecimento produtos impróprios para consumo.
5. Os produtos de qualquer órgão de comunicação social, também são «produtos de consumo», por isso, devem estar sujeitos ao controlo de qualidade que deve ser feito pelos próprios meios de comunicação social. E mais, todos nós temos direito a uma informação verdadeira. A liberdade de expressão está também associada ao direito de informação verdadeira. Para a saúde da vida democrática e para o futuro das comunidades esses equilíbrios são sempre desejáveis.

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