Comensal
divino
Uma breve
explicação para justificar o interessante cognome «hippie que só fala de amor»
que me foi aplicado. O que não seria se eu falasse de guerra…
1. O dom supremo de Deus é o amor. Viver o amor
verdadeiro e habitar num lugar onde se é sujeito na vivência do amor,
conhecemos incondicionalmente a presença de Deus. A condição única de salvação
é a vida no amor, que não se consegue só e apenas por simples meios humanos, como
o confirma o apóstolo João: «Quem não amar não pode conhecer Deus, porque Deus
é amor» (1Jo 4, 8).
2. O amor exorciza o medo e torna-nos livres diante
do nosso ser e diante dos nossos semelhantes. Diante desta base, o amor é
sempre um verdadeiro milagre. É sempre o dom que Deus nos faz de Si mesmo, é
sempre uma experiência divina. Na comunidade de amor que pode ser a nossa, a
presença de Deus é-nos oferecida sem preço algum livremente todos os dias. Se
nos abrimos a esse milagre, podemos partilhá-lo com os outros mesmo sem sinal
de gratidão. É que nós gastamos o coração e a inteligência com lógicas matreiras
e maquinações interesseiras que nos perdem e nos envolvem no esquecimento fatal
da perdição. O coração e a inteligência, segundo a perspetiva de Deus por Jesus
Cristo, são para gastar no que é fundamental, isto é, no que salva e no que nos
conduz ao bom, ao belo e ao estético...
3. O amor de Deus é forte como a morte, dirá o
Cântico dos Cânticos e onde não há amor ponha amor, dirá São João da Cruz.
Pois, então, que melhores caminhos podemos delinear para nós próprios senão
estes que nos requerem um bom uso da liberdade, da inteligência, da alma e do
coração.
Não devemos entregar-nos ao amor como se fosse um
negócio com regras e condições, mas como o único modo que nos identifica com
Jesus. Desta forma compreendemos que o amor não é moeda de troca que requer
condições, mas algo que nos envolve por dentro, nos anima e nos carateriza
totalmente. Por isso, ainda bem que não sei ser de outra forma.
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