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1. A desigualdade é maior desgraça do
mundo. Não podemos aceitar que oito entidades tenham mais riqueza do que 50% da
população mundial. Não é ético. Não é humano. Não é legítimo que o mundo esteja
assim ordenado que permita este escândalo. O mundo é de toda a humanidade e
todos os seres humanos têm direito a viverem neste mundo com dignidade.
2. A riqueza e a pobreza sempre
existiram, é certo e devemos aceitar isso como uma realidade incontornável.
Mas, que seja a pobreza uma realidade que se pode e deve combater. Não é
necessário que toda a humanidade se torne rica, mas que toda a humanidade tenha
o necessário para sobreviver com dignidade. Bastava isso.
3. Os oito magníficos são: Bill Gates,
Amancio Ortega (fundador da Zara), Warren Buffett, Carlos Slim Helú (setor das
comunicações no México), Jeff Bezos (fundador da Amazon), Mark Zuckerberg
(fundador do facebook), Larry Ellison (Oracle), e Michael Bloomberg
(ex-presidente de Nova Iorque), são os oito multi-milionários mais ricos do
mundo e, entre si, controlam mais riqueza do que os 50% mais pobres, o que
perfaz 3,6 mil milhões de pessoas, diz a Oxfam no relatório agora publicado,
para coincidir com o início do Fórum Económico de Davos, na Suíça. Não podemos
aceitar este capitalismo desenfreado, desumano e profundamente injusto.
4. Parece que estas fortunas resultam da
retração «salarial agressiva» de grande parte da população mundial, da fuga aos
impostos do capital que se acumula em cada ano e da redução de margem dos
produtores. Eis o eldorado do capitalismo desenfreado, que se alimenta da
injustiça, da crescente pobreza, da fome e da miséria de meio mundo.
5. O próprio relatório
considera ser «demasiado grotesca» esta discrepância e conclui que a espiral crescente
da desigualdade é inaceitável e conduz a humanidade para uma tragédia social
sem precedentes. Esta hecatombe deve fazer-nos pensar seriamente e com base na
realidade da fome e da miséria deste meio mundo denunciar de forma vibrante esta
desigualdade horrenda, que nos conduzirá a um mundo cada vez mais cheio de miseráveis.
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