1. A tragédia continua bem viva entre
nós. Os sinais que as notícias revelam confirmam esta constatação.
2. O suicídio parece ser a única
resposta que alguns encontram para solucionar os seus problemas e a falta de
sentido para a vida. Outros resolvem os conflitos e problemas domésticos
perfeitamente normais à facada, a soco, a pontapé e a tiro. Neste domínio o ano
que ainda agora começou parece oferecer muito maus auspícios. Tanto que se
fala, tanto esclarecimento na comunicação social, tanta lei, tanta repressão no
domínio da violência doméstica e não há forma de revertermos os
comportamentos.
3. É muito difícil encontrar respostas
que nos satisfaçam como razões válidas que nos fizessem compreender alguma
coisa desta tragédia. Já não sei o que pensar. Obviamente, que não bastará
dizer-se - porque até já cansa bater nessa tecla - que deriva da falta de educação,
maus exemplos dos adultos, a comunicação social que só se dedica a fazer eco
das notícias negativas, porque são essas que garantem audiências elevadas, que
há falta de valores e que ninguém respeita nada nem ninguém. Podemos ainda
ensaiar que também terá que ver com a falta de fé na vida como um dom que vem
de Deus e que para Deus caminha. Com toda certeza que este pensamento foi
banido mente de muita gente, por todas as razões que são sobejamente conhecidas
de todos nós e que por hora me escuso de listar aqui.
4. São muitas as razões e todas elas são
razões importantes e que não devemos menosprezar, mas não justificam nada nem
podem servir para encolhermos os ombros mais uma vez e considerar que a vida é
assim mesmo, por isso, esperamos pacificamente até à próxima desgraça para
voltarmos a nos escandalizarmos ou a ficarmos chocados ou tristes.
5. O que podemos fazer? O que dizer ao
mundo e à sociedade que nos rodeia? Como travar a violência? Como sermos mais
humanos? Como criar formas de mediação de ajuda quando os problemas surgem para
que ninguém recorra à violência contra os seus semelhantes para fazer valer os
seus pontos de vista? Como fazer com que nas famílias as condições materiais
sejam satisfatórias para que a pobreza não faça valer os instintos bárbaros que
ainda existem por todo o lado? - Podem continuar a levantar questões...
6. Fazer perguntas é fácil, dar
respostas é muito mais complexo. Porém, não é de somenos ensaiar as dúvidas,
pois pode ser já meio caminho para que alguma coisa se perceba sobre esta
tragédia quotidiana que nos persegue e que faz vir à tona um terrorismo fatal
contra a integridade de tanta gente. Precisamos de não desistir da reflexão
sobre estas questões para que esta imagem de desumanidade frequente deixe de
nos ensombrar os dias.
Sem comentários:
Enviar um comentário