Ensaio poético para o nosso fim de semana. Sejam felizes, nunca prejudicando ninguém.
Respiro o ar da luz que faz a existência
do mundo todo quando cabe numa mão
mesmo que eu não tenha um justo merecimento
do húmus sagrado na hora do Génesis que fez o homem.
mas há sempre o vidro embaciado pelo fogo
quando um princípio se faz pela manhã de uma semente.
Respiro o trigo recolhido porque despertei com
fome
então comi o pão por direito
quando antigamente o homem era escravo vergado
como o ressoar da água na cascata do abismo.
Uma nuvem solitária, líquida que se fez chuva
sobre a pele e a carne de todas as palavras
medidas pelo frio do medo que não permite o voo
sobre as colinas do tempo, logo no começo.
Respiro isolado naquela margem onde se ouviu a voz
desde a origem de um tsunami altivo
sou eu barro não cozido, frágil como o vento
mas melhor seria um espírito sentido pelo fogo
no começo que nunca mais ninguém entendeu.
JLR
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