1. Ser cristão não é fácil. Ser
católico é mais fácil. Ser cristão implica estar sempre inquieto, requer uma
força de vontade para seguir e pôr em prática o ideal de Jesus Cristo, que não
é nada pêra doce. Ser católico é mais fácil, porque aquieta a consciência com
meia dúzia de orações, umas devoções, umas bênçãos, umas idas à missa todas as
semanas ou algumas vezes no ano, tocar e beijar as imagens dos santos e de Nossa Senhora, rezar nas aflições, ir a Fátima pedir milagres e algumas vezes rezar o terço...
2. O Papa Francisco na missa de ontem
exortou os católicos a se tornarem cristãos a sério e a levarem «uma vida
corajosa» contra a preguiça que invade tantos que estão «estacionados» na
Igreja. Acrescenta Francisco que «E quando digo cristãos, digo leigos, padres,
bispos… Todos. E como existem cristãos estacionados! Para eles, a Igreja é um
estacionamento que protege a vida e vão adiante com todas as garantias
possíveis». Tantas vezes dá para pensar assim e ainda muito pior se
considerarmos que muitos estacionam nas igrejas para engendrarem tudo o que
podem contra os outros, mostrarem o que valem, porque fora dela não seriam nada
e ninguém olharia para eles. Nada contra isso, até ao momento em que essas
atitudes se tornam campo de batalha para a exclusão, a maledicência e o deitar
abaixo quem não consideram pertencer ao redil. Há um dando de narcisos dentro
da Igreja, que o Papa Francisco parece determinado a «combater» e eu estou
profundamente solidário com ele.
3. Mas vale a pena seguir a explicação
que dá o Papa Francisco na sua homilia, sobre o que são os «cristãos
estacionados». São «os cristãos preguiçosos, os cristãos que não têm vontade de
ir avante, os cristãos que não lutam para fazer as coisas mudarem, coisas
novas, coisas que fariam bem a todos se mudassem. São os preguiçosos, os
cristãos estacionados: encontraram na Igreja um belo estacionamento. Esses
cristãos parados fazem-me lembrar uma coisa que os nossos avós diziam quando
éramos crianças: “Fique atento porque água parada, que não escorre, é a
primeira a se corromper”».
4. Mais um alerta a toda a Igreja Católica
para que os seus membros se tornem verdadeiros cristãos. Entre nós as águas
estão mais que estacionadas e por isso estão bem corrompidas. Assim, precisamos
de seguir este retiro reflexivo a partir do interior: «Vamos nos fazer a
pergunta: como sou eu? Como é a minha vida de fé? É uma vida de horizontes, de
esperança, de coragem, de ir para a frente ou uma vida morna que nem mesmo sabe
suportar os maus momentos?». Fica a dica.
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