1. A ternura devia
ser uma forma de estar na vida. Um ministério que devia ser levado à prática
por todas as pessoas. A sua importância é tal que hoje vamos pensar um pouco
sobre este valor tão necessário nos tempos em que vivemos. Vamos fazê-lo à luz
do filósofo e matemático francês Blaise Pascal (1623-1662), que pensou a
ternura mediante duas vertentes: a finura e a geometria.
2. A finura na
ternura é um espírito que não abdica do pensamento nem muito menos do raciocínio.
As pessoas inteligentes sabem como proceder com finura no campo da ternura. Por
isso, acrescentam-lhe a sensibilidade, a intuição e a capacidade de sentir com
profundidade, fazendo emergir daí nobres sentimentos que farão bem a quem for
contemplado pela ternura. Neste espírito só pode acontecer uma excelente
realidade, que vai fazer sorrir muita gente. Os sonhos serão grandes, os
valores iluminam, os compromissos serão todos realizados porque valeu a pena despender
para eles toda força e todo o tempo. A finura na ternura não se cansa nem se
esgota.
3. A geometria
de que fala Pascal quanto à prática da ternura está relacionada com a
capacidade de calcular, ponderar na sua
concretização mediante o exercício do poder. Porém, não haverá ternura nenhuma,
se o poder não for um serviço ao bem comum e uma luta pela justiça, mas antes uma
concentração de poder cego para exercer absolutamente, sendo assim gerador de
dominadores (alguns) ao preço de dominados (muitos). Não esqueçamos que foram
frequentes os momentos da história em que esta forma de poder foi exercida
contra os povos, trazendo para as populações os sofrimentos e as desgraças
sobejamente conhecidas de todos nós. Tudo o que devia enformar a ternura, foi
colocado de lado, porque o poder quando é cego domina contra tudo e contra
todos. O espírito geométrico da ternura, deve estar em qualquer forma de poder,
por isso nenhuma forma de poder para ser seriamente poder, não suspeita nem
muito menos esquece na sua prática o afeto, a amizade e toda a atenção perante
as necessidades daqueles que são a razão de ser da sua existência.
4. A ternura é um bem. A ternura é uma flor delicada que se alimenta de amor. Para a vida dos mais frágeis deve desvelar-se essa flor. Para todos nós a ternura deve ser em qualquer circunstância um frequente alimento que nunca dispensamos em nome de coisa nenhuma.
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