A noite de ontem foi uma
soberba noite de angústias. O PPD-Madeira realizou eleições internas para
confirmar o líder que está à frente deste partido há quase 40 anos ou para
colocá-lo fora sem brio elegendo um segundo candidato, que pela primeira vez
ousou ou teve o desplante de se candidatar a líder deste partido. Por uma unha
negra não chegou lá o segundo candidato. Todos vaticinaram a derrota do segundo
candidato, ninguém acreditava na sua vitória tendo em conta a campanha terrível
que estava a ser feita contra o candidato e contra todos os que se colocassem
ao seu lado. As ameaças foram horríveis e a desproporção de meios uma
aberração. A falta de ética e a violação das mais elementares regras
democráticas duas coisas absurdas vistas por toda a gente. Quanto aos ataques
pessoais, uma desgraça que será melhor esquecer. Tudo algo muito impensável em
qualquer lugar onde a democracia funcione minimamente.
Vamos adiante. Ontem foi
uma noite de angústias, porque a coisa estava a ficar negra para todos os
tachistas e para todos os que sempre têm defendido/votado a favor do regime que
nos desgoverna actualmente. Vai para bem próximo dos 40 anos. A candidatura oficial
tremeu e tremeram os graxistas desta terra, que andaram semana atrás de semana
a pregar com as palavras mérito e gratidão a torto e a direito. Afinal, a tão
propalada «meritocracia» e a «gratocracia» falhou redondamente. Há agora metade
de um partido que ainda quer o passado, mas que hoje uma grande parte já estará
arrependida de ter obedecido ao medo e à chantagem. Há outra metade que não
quer de forma nenhuma o líder vencedor. Foi uma não vitória. Como alguém dizia
e bem, estávamos perante uma quase vitória de um e uma quase derrota
de outro. Bem vista esta análise. Não ver isto será uma tragédia pessoal para
quem ainda pretende arrastar-se na cadeira do poder. Para nós vai acabar por
ser penoso ver alguém que tanto fez pela Madeira, sair pela porta estreita e
humilhado pela sua família partidária. É assim a vida.
Ontem um jovem desta
democracia da Madeira Nova dizia que o Santo Amaro tinha chegado mais cedo,
começava hoje o varrer dos armários. Este menino vai longe. Por estas e por
outras será bom de se ver a guerra que aí vem e dar-nos-á algum gozo ver como
acaba um partido que manietou tudo e que impôs a democracia como quis sem olhar
a meios. Agora bebe do próprio veneno que fabricou para matar os outros. Viram
como ontem se provou que toda esta malta corre para os cargos, benesses e
tachos que o partido foi concedendo ao longo dos anos? - Foi dito alto e bom
som, a metade do partido que votou contra era aquela gente que nunca tinha tido
cargos a nível da Europa, a nível Nacional e a nível Regional. Está dito. A
boca fugiu para a verdade.
Mas, ontem também foi de
grande angústia para todas aquelas entidades que beneficiaram com as famosas
obras da Madeira Nova. Entre elas destaco a Igreja Católica da Madeira, que se
flagela por causa dos imensos milhões prometidos pelo Governo Regional, mas que
ainda não recebeu. A tragédia que seria ganhar um que não é tanto dado a
acomodar a consciência a rezas e a participação em missas. Um problema sério e
ontem fez verter alguns suores frios a alguns que ainda esperam na beira da
gamela dos subsídios prometidos às igrejas novas e outros mamarrachos que a
paisagem pode testemunhar.
Por fim, fica aqui o
registo, tenho vergonha que a única freguesia do Funchal, onde resido, tenha
sido a única onde ganhou a lista oficial. Acho bem que não venham com queixumes
para a minha roda. Faz pena que não se vá percebendo que chegou e confirmou-se ontem que já estamos no «Outono do Patriarca» (Alusão ao livro de Gabriel Garcia Marques).
Imagem Google...
Sem comentários:
Enviar um comentário