Os descampados do sonho
pintaram em sangue
O sofrimento enorme da
impotência
Quando os desejos profundos
da alegria
Não tiveram resposta da
compaixão e da ternura.
Mas uma luta cheia de
esperança incontida
Deitou mão solidária a quem
padece de amor.
Lá estás toda entregue à
procura da vida
Que se ergue das cinzas para
a glória
Pois no olhar compadecido te
desvelas
Como a Fénix disse em cima do
brilho
Da paz ressuscitada na
suavidade da tua mão.
Nesta dor de morte as lágrimas
disseram
Do ciclo do sangue à porta do
ser
Quando vi a certeza sublime
da dedicação
De uma flor delicada entregue
ao prazer
De uma festa interior que os
deuses
Enfeitaram nesta hora que te
vejo
Presente na leveza
sustentável de um carinho.
Nada, mas mesmo nada pode
reter
Na prisão da morte
O gosto forte da liberdade.
Em ti vejo essa luz em arco
Que os densos mistérios do
mundo
Pintaram na estética da
bondade
Naquela hora da criação.
E que mais dizer senão da
alegria
De saber do teu existir dentro
Da serenidade que se fez
ofertório
Na liturgia do abraço e do
sorriso.
José Luís Rodrigues
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