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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

O ANO DA FÉ


O que a fé não é (6)
A fé não é uma muleta
A não é uma muleta. Nalguns momentos pensou-se que a fé seria uma muleta para os fracos. Todos os que fossem diminuídos de inteligência, ignorantes, doentes, pobres, fracos em alguma coisa, recorriam à fé como uma muleta para os safar do seu caminhar cambaleante. Quanto pensamento gasto a engendrar que a religião só seria para pobres e fracos…
Ao lado desta visão criou-se a ideia que os intelectuais, os sábios, os inteligentes, os ricos… Não precisariam dessa muleta, então podiam, recorrer a outra condição para se situarem na vida, dizem-se orgulhosamente agnósticos, ateus, indiferentes, confessos de alguma expressão religiosa, mas não praticantes. Visto pelo mesmo prisma de que a fé pode ser uma muleta, também estas expressões podem ser uma muleta. Qualquer coisa que se assuma na vida pode ser uma muleta. O que importa saber é como cada um se situa face à religião que professa e face ao agnosticismo ou ateísmo ou indiferença que diz assumir para a sua vida.
Para o assunto em causa o mais importante será compreender que a fé não é uma muleta em nenhuma circunstância, mas um caminho que em nenhum momento recusa a dúvida e o pensamento como procura fundante deste acolhimento para servir a construção deste mundo.
Em qualquer circunstância o que se exige é que as pessoas sejam sérias, se a fé está unicamente apenas para quando surgem os insucessos e as frustrações e a ela se recorre como último recurso para a cura, estamos aqui perante uma muleta. Se o agnosticismo, o ateísmo e a indiferença servem para manifestar superioridade acusando os de terem a fé como muleta, estamos também perante muletas que dão imensa utilidade à arrogância. Nenhuma condição deve servir para acusar ninguém nem para fazer da existência pessoal a única forma para ser e estar no mundo.
Na diversidade dos caminhos se levados a sério e se induzem à luta pelo bem comum, são meios excelente e eficazes para a construção do mundo naquilo que mais se espera que aconteça. Que nele habite uma humanidade fraterna, amiga e empenhada na construção da beleza, da bondade e da verdade.      

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