O
Novembro, é o décimo primeiro mês do ano civil. Mas era o nono mês do antigo
calendário romano. Daí a origem da palavra Novembro, que vem, obviamente, da
palavra nove ou nono.
Neste mês a Igreja celebra dois momentos cruciais
para a fé cristã. No dia 1 de Novembro, Todos os Santos e no dia 2, Todos os
Fiéis Defuntos. Estas duas datas são muito sentidas pelo povo cristão. Por um
lado, com Todos os Santos, invoca-se todos esses heróis anónimos da Igreja que
mediante a sua fé em Cristo e no seu Evangelho deram a vida ao serviço dos
outros. Por outro, com Todos os Fiéis Defuntos lembramos outra multidão ainda
maior, todos os irmãos que nos precederam e que já faleceram.
Este dias levantam sempre algumas questões relacionadas com o nosso fim neste mundo e com tudo o que está relacionado com o além. Salta com forte evidência o medo, o medo do inferno - esse lugar imaginário
que «educou» muitas gerações - continua como «alimento» de uma multidão de
medrosos. Esse lugar mítico, de fogo que tortura continuamente, onde há choro e
ranger de dentes, não nos sai da mente e influencia todas as atitudes e gestos
perante a realidade da morte. Sempre se ouviu dizer que era o sítio da dor, da
condenação eterna e das trevas sem luz.
A morte cristã é a passagem desta vida terrena para
a «casa de um Deus que é Pai/Mãe». O céu, o purgatório e o inferno são lugares dessa «casa»,
portanto, são sempre experiências do céu, experiências de Deus. Poucos pensam
assim. Por isso, o medo da morte e tudo o que a envolve continua a estruturar a
mente de crentes e não-crentes.
As várias moradas da «casa do Deus Pai/Mãe», significa que o
lugar depois da morte é sempre uma experiência pessoal do amor, uma convivência
pessoal com a intimidade de Deus. Esta realidade nunca poderá ser homogénea, é
única e muito pessoal. Basta pensar que a própria morte, é única,
pessoalíssima e intransmissível. O carácter inefável de tudo isto, compõe,
provavelmente, o mais aliciante da vida. Viver sem saber como será, enriquece e
dá sentido a toda a existência. Poderá, também inquietar e desesperar outros
que vivem ou viveram apenas comandados pela curiosidade e pelo gosto mórbido
pelo desconhecido. Depois, vem o medo da morte e a perda do sentido dos dias da
vida.
Não
seria mais útil para as mulheres e homens de hoje e de sempre falar-se mais do céu, que é o lugar
da salvação, o lugar para que fomos chamados e para que estamos destinados
nesta vida? E não acreditamos que essa é a única vontade de Deus para nós? - Deus não quer outra
coisa senão o céu para cada um de nós. Por isso, tanto o dia de ontem e de hoje (1 e 2 de Novembro) pensamos e aquecemos o nosso coração com a esperança que todo o céu reza por nós.
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