Como podemos estar bem-dispostos
Até soaram os sinos a rebate
ante a injustiça
Que fizeram ao povo
trabalhador deste país
O fardo carregado de mais e
mais impostos
Faz a tristeza ornamento aos
simples nos rostos.
E no alto dos seus pedestais
riem e soam o canto
Os poderosos em feliz
descanso sem consciência
Porque lhes faz falta roubar
à mesa o pão
A quem trabalha com suor e
pranto
Mas de salário e justo valor
sai o pior espanto.
Infeliz faz-se Portugal em
défice sem piedade
Morre a esperança aos jovens
e a todos
Pois que nos garantem estes
injustos roubos
Senão pobreza, fome e falta
de oportunidade
Má sorte a nossa com
políticos que se vestem de vaidade.
Dos apertos que nos fazem
mais nada direi
As loucuras de mentirosos
sem escrúpulos
Que sugam o povo o quanto
podem com enganos
Para as suas asneiras e
desmandos não há lei
Porque se protegem a ferros
disso eu sei.
Ah nobre povo nação valente
canta o hino ao tempo
E agora que dizes de ti
mesma nesta hora triste
Solta as amarras do medo e
vai para a rua
Gritar bem alto mesmo que ao
vento
Não te aprisiones no marasmo
sonolento.
José Luís Rodrigues
1 comentário:
Um grito que acontece em cada lugar deste jardim à beira mar plantado...
Para eles arranjam sempre mais e mais seguranças e ao povo sobras as tristezas e desesperanças.
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