Os fãs de Justin Bieber acampados desde sábado à porta
do Pavilhão Atlântico para o concerto
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O Público online escreve o seguinte, caracterizando
o que move os jovens para ver e ouvir o concerto do cantor do Canadá, Justin
Bieber: «O Justin canta como ninguém. O Justin é lindo. O Justin é humilde. O
Justin gosta de nós. O Justin é genuíno. O Justin é um exemplo. O Justin é
diferente. O Justin é único. O Justin, o Justin, o Justin. “Vá lá, não é
preciso explicar, é o Justin.” Nunca falaram com ele, e dificilmente terão essa
oportunidade, mas sabem, ou acham que sabem, tudo sobre ele. Falam como se de
um irmão, um amigo ou um namorado se tratasse, mesmo que “o Justin” nem os seus
nomes saiba. Mas o que é que isso interessa? “É o Justin.” Sim, o Bieber.
Motivo mais do que suficiente para acampar à porta do Pavilhão Atlântico, em
Lisboa, e esperar pelo “melhor concerto do mundo”, que é já nesta segunda-feira».
E há mais, «Poder-se-ia falar do frio, da chuva ou do vento.
Do dinheiro que já gastaram para estarem ali ou dos dias que faltaram, ou vão
faltar, à escola. Mas a verdade é que não há nada, mas mesmo nada, que arranque
do Pavilhão Atlântico as dezenas de fãs que desde sábado de manhã estão
acampadas à porta do recinto. A não ser, claro, que o Justin apareça num
qualquer outro lugar».
No direto das redondezas do Pavilhão
Atlântico, onde se vai realizar o concerto, um jovem dizia:
«As músicas dele dizem-nos coisas que
as pessoas que estão à nossa volta não nos conseguem dizer».
O que move estes jovens? Porque se sacrificam tanto, passando noites inteiras sem dormir, ao frio e à chuva para escutarem um cantor, que esperam que lhes diga algo que desejam ouvir, porque as pessoas que estão consigo todos os dias já não conseguem lhes dizer, só servirão então para lhes dar comida, casa, roupa lavada e dinheiro para andarem na vida que tanto gostam, sem diversão e mais diversão sem sentirem a responsabilidade de darem nenhum contributo para a família que os pariu e para a sociedade que os acolhe? – Inquietante e deve levar-nos a todos a tomarmos a reflexão sobre este assunto muito a sério…
O que move estes jovens? Porque se sacrificam tanto, passando noites inteiras sem dormir, ao frio e à chuva para escutarem um cantor, que esperam que lhes diga algo que desejam ouvir, porque as pessoas que estão consigo todos os dias já não conseguem lhes dizer, só servirão então para lhes dar comida, casa, roupa lavada e dinheiro para andarem na vida que tanto gostam, sem diversão e mais diversão sem sentirem a responsabilidade de darem nenhum contributo para a família que os pariu e para a sociedade que os acolhe? – Inquietante e deve levar-nos a todos a tomarmos a reflexão sobre este assunto muito a sério…
Os pais dos jovens atuais
estão mesmo de facto a dormir e não perecem despertar para este estado de
coisas terrível que ameaça o futuro dos mais novos. Não é triste saber que 84%
dos jovens consome drogas para se divertir? – Quais serão as diversões que nos
querem falar? Ou ainda, onde está esse divertimento tão bom e tão elevado que
necessita de intoxicação para acontecer? – Há nisto tudo algo que não bate
certo ou então estamos todos fora do mundo e da realidade.
Há entre os nossos jovens um desencanto tal acerca
da vida, que até mete dó. Não surpreende, que as noitadas constantes a
embebedar-se, a drogar-se e a prostituir-se sejam regra semanal. A dimensão espiritual
radica na idolatria de pessoas que se destacam em qualquer área da vida e não
havendo pessoas pata tal fixa a escuta nas coisas e em formas banais de viver só porque
sim, isso ajuda a «curtir». Eis então a crise a quanto obrigas...
As formas e as
expressões que se utilizam para qualificar ou desqualificar a existência, são
de uma barbaridade que até dói os nossos ouvidos quando as escutamos. O que
conta para uma grande parte dos jovens, é única e exclusivamente «aproveitar a
vida» ou «gozar a vida». Logo a seguir, com uma ingenuidade premeditada,
atrevemo-nos a perguntar o que significa tal coisa. Respondem com o maior
desassombro que quer dizer, saborear exaustivamente todos os prazeres que a
vida tem. Isto é, comer, beber e fazer sexo.
Mas que mundo é este,
que estamos a construir? – Os valores não têm lugar nenhum na reflexão que
ainda tentamos fazer. Não há predisposição absolutamente nenhuma para discutir
ou refletir sobre a dignidade, sobre o amor, sobre a paz ou sobre a harmonia
das relações humanas.
Nunca como hoje se
percebeu realmente como se tornou difícil comunicar o verdadeiro sentido da
vida. Porque, até mesmo isso que noutros tempos seria elementar para a
realização humana, hoje, tornou-se manifestação de «caretas» e teimosia de
gente que é retrógrada.
A banalidade da vida é
um sinal dos tempos que urge combater com todas as nossas energias. A distinção
entre nascer, viver e morrer está cada vez mais ténue. Ou seja, são cada vez
menos aqueles que distinguem as diversas etapas da vida como momentos
essenciais para a felicidade. E a predisposição para aceitar aprender como se
integram essas etapas na beleza que é viver, é também um horizonte cada vez
mais distante.
1 comentário:
«Esta pergunta foi a vencedora num congresso sobre vida sustentável:
"Todos pensam em deixar um planeta melhor para os nossos filhos...
Quando é que pensarão em deixar filhos melhores para o nosso planeta?"»
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