Neste ano que decorre, vamos ter eleições autárquicas.
Já começaram a perfilar-se uma série de candidatos para se apresentarem aos
eleitores como possíveis administradores do bem público nas nossas autarquias.
Nada de anormal quanto a este aspeto, revela o sentido e a vitalidade
democrática em que vivemos. Tudo muito saudável.
O serviço autárquico é o poder público, que relevo
de altíssima importância, porque é aquele que está mais diretamente ligado ao
povo e, supõe-se, que é o que está mais facilmente ao alcance do diálogo direto
com as populações. Por isso, não menosprezando nenhum ato eleitoral, as eleições
autárquicas são muito importantes para as populações. Aqui as pessoas podem
abrir a sua alma quanto às suas necessidades básicas, podem chorar as mágoas e
dizer dos assuntos que as inquieta no quotidiano.
No entanto, seria bom que as próximas eleições para
as autarquias, não fossem um passeio para algumas figuras e partidos políticos
muito experimentados nestas andanças eleiçoeiras. Que o jogo seja limpo e
transparente ao máximo.
A todos os que se propõem às eleições deve ser
exigido que digam claramente que estamos no fim de um ciclo e que terminou o
tempo das obras a torto e a direito só porque apetecia. Cada obra a ser realizada
deve ser bem estudada e planeada com a devida precisão tendo-se em conta todas
as vertentes e o bem comum. Neste sentido, não se pede que cada candidato venha
por aí abaixo com um rol imenso de promessas de obras e mais obras, porque
ninguém o levará a sério, seja honesto, não prometa nada, porque não há
dinheiro para nada e que vai apenas gerir o que for possível, conservando e
melhorando o que já existe… As grandezas são chão que já deu uvas com as
consequências bastante comprometedoras para esta geração, para a que vem aí e
até para a que virá depois.
Tudo se fez até agora sem planeamento. As
estruturas autárquicas, tão necessárias para dar resposta às necessidades
básicas das populações, estão todas dispersas - o que isto acarreta de incómodo para uma população cada vez mais envelhecida como é a nossa e pelo que os tempos
de hoje nos ditam o futuro será ainda bem pior. Por isso, senhores candidatos, pensem um pouco
e se forem eleitos, não façam nada só porque sim, mas com os pés bem assentes
na terra e a cabeça no devido lugar, não esquecer nunca, é preciso antes de
tudo planear, planear, planear… Só assim suscitarão o respeito das pessoas para
às quais foram mandatados para servir.
As próximas eleições autárquicas vão ser para nós o
confronto com a seriedade das pessoas e esperamos que os resultados exprimam a
lucidez dos eleitores, porque viram o essencial das propostas e não se deixaram
embalar com o canto da sereia.
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