Neste serpentear de curva em
contra curva
Subo aos píncaros de Deus
onde dormem as nuvens
E na miragem divina os olhos
vêm o baixo alagado
Que testemunha o alto em
terra firme
Na forma espectacular de
montanha.
Entre o sopé mergulhado em
águas de sal
Choradas em lágrimas ornadas
de cascata
Ergue-se a monumentalidade
verde
Que se abriga debaixo do
manto azul do céu.
Por momentos atinjo um
silêncio sereno
Ora quebrado pelo cantar das
águas que dizem presente
Ou também o ruído necessário
dos barcos
Que se escondem nestes vales
regados
Pela solidão antiga dos
glaciares.
As pequenas e solitárias
manchas brancas
Na encosta densamente verde
dizem neste Verão
Quanta desta água se chora
entre pedras
E árvores desta vida que
flutua
Na fragilidade inquieta da
inconstância do amor.
Neste caminho faço a busca
ansiosa do centro
Que hoje vi em montanha
entre o céu e a água.
José Luís Rodrigues
1 comentário:
Bom dia!
Sr. Pe. José Luis
Já o título me seduziu, o conteúdo então maravilhou-me.
Veio-me à memória o grande poeta Camões.
Lindo.
Obrigada pela partilha.
Paulina
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