Logo que vi esta manchete hoje (22 de Março de 2013) no Diário de Notícias, pensei logo, as férias dos madeirenses este ano vão ser de fome, isto
é, vão ser uns passeiozitos fora cá dentro e vai ser tudo pelo mais baratinho
possível. Nada disso, afinal, dá-nos conta que há crianças que nas férias desta
Páscoa estão a passar fome (ouviram bem, há crianças na nossa terra «A PASSAR
FOME»). Isto acontece porque temos uma taxa de desemprego elevadíssima e os
rendimentos familiares são escassos. Por conseguinte, quem tem responsabilidade
não se importa nada com isso. Aliás tem «nojo» dos pobres, foge deles, nem quer
ouvir falar que eles existem.
Depois, pensei como se enganam e como nos enganam
estas notícias, comecei a pensar nas várias famílias a quem nós matamos a fome,
mas não só nas férias, mas já há muito tempo, haja férias ou não.
Mas, que tragédia é esta! As várias OG’s
(Organizações Governamentais) que temos por aí, por exemplo, Segurança Social,
Cáritas, Banco Alimentar e toda essa panóplia de organismos que foram nascendo
por aí à conta da teta dos subsídios do Governo Regional, o que andam a fazer?
Não se dão conta que temos gente na Madeira a passar fome? Que vergonha? Que escândalo?
Que violência contra as famílias? Que violação dos direitos humanos? Que atentado
criminoso contra a Constituição da Nossa República? Que atentado contra o
espírito do Cristianismo? Que derrota para estes governantes humanistas e
praticantes mais ou menos regulares da vida cristã? Que derrota para a nossa Igreja
Católica que na história de 500 anos na Madeira, com imensos pecados, com
certeza, mas eram pessoas ligadas a esta instituição que sabiam das populações,
que estavam lá nos recantos da ilha a dignificar as famílias, educando-as e
tantas vezes matando-lhes a fome? Que tragédia social que nos vai trazer graves
consequências para o futuro? Tantas perguntas que me fazem ficar perplexo perante
tanto desleixo, tanta irresponsabilidade e tanto crime que vai contribuindo
para hipotecarmos cada vez mais o futuro da nossa terra.
Quem se cala diante desta tragédia social na nossa
terra peca gravemente contra a terra e contra os céus.
Última nota. Estas organizações que fazem mergulhar as
pessoas necessitadas num poço de burocracias e que se
vangloriam publicitando em altas parangonas nos jornais porque distribuem meia
dúzia de papos-secos ou uns quilitos de arroz e massa não me merecem confiança
nenhuma e enquanto forem mais um braço dos tentáculos do poder político e
armadilhas para acentuar a burocracia, não servem para nada. As instituições de
ajuda aos pobres têm que ser o mais discreto possível e devem ajudar sem
condições nenhumas, pede é porque precisa. É essa única condição.
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