1. Ouve-se esta expressão, "terrorismo islâmico", com alguma frequência na comunicação social, especialmente, nas televisões quando fazem diretos dos locais onde aconteceu algum atentado terrorista. Esta expressão é indecente, injusta e perigosa.
2. Indecente porque não há
"terrorismo islâmico", há terrorismo e ponto final. Felizmente, nunca
se ouve dizer, quando alguém entre nós, num meio maioritariamente cristão
católico, quando mata à facada um filho, a mãe ou a esposa, que estamos perante
"terrorismo católico ou cristão". Devia estar bem convencionado
que, venha de onde vier a violência, o terrorismo e toda crueldade, só têm esse
nome, não precisam de ser conotados com religião, política e outra coisa
qualquer que identifique uma parte da nossa humanidade. Porque isso é
profundamente injusto para as outras pessoas que pertencem ao grupo que segue
esta ou aquela corrente de pensamento e não podem sofrer ou serem descriminados
porque um dos seus membros cometeu um crime. Para onde iremos então se
implicamos nas misérias de uns todos os que estão a eles ligados ou com eles
conviviam? - É indecente ajuizar tudo e todos pela mesma bitola.
3. Precisamente por isso, no caso de
estar a ser repetido pelas várias notícias, reportagens e diretos dos locais
onde aconteceram os atentados terroristas, vai semeando uma injustiça, porque
coloca no mesmo saco e no mesmo rol de criminosos pessoas de bem, que se
identificam com a cultura e a religião Islâmica. As televisões especialmente
estão a fazer este péssimo serviço ao mundo e à humanidade. Por isso, devia
existir uma entidade que alertasse para estas situações para que os
profissionais da comunicação tivessem em conta esta realidade, porque ao invés
de travarmos esta onde de violência cruel que varre o mundo, auguramos que
nunca mais terá fim, porque vai sendo alimenta esta ideia de que perante
qualquer islâmico, estamos perante um terrorista.
4. Daí ser perigoso este tipo de
comunicação que se está a fazer. Parece que não basta a hipocrisia de alguns
estados que se indignam tanto com os atentados terroristas, mas à socapa
permitem os negócios de armas com grupos terroristas armados até aos dentes,
porque a razão de ser da sua existência é o terrorismo. A linguagem é perigosa
e alimenta o ódio, a repulsa e a intolerância em relação a uma parte tão grande
da nossa humanidade, os milhões que se identificam e seguem a magnífica cultura
e religião Islâmica. A este nível devíamos todos contribuir para que o ódio que
conduz ao terrorismo não ganhe mais argumentos e a sociedade toda deve
preparar-se seriamente para que não dê nenhuma forma de trégua aos criminosos
que se alimentam do sangue derramado de vítimas inocentes. Aos governantes de
todos os Estados civilizados também se exige responsabilidade e que não nos
venham com a cantiga bonita que estão contra os criminosos terroristas e depois
alimentam-nos com armas ou alguma proteção. Contra criminosos em qualquer parte
do mundo, em qualquer cultura e em qualquer religião, deve ser exigida
tolerância zero. Também não podem ser mais terrorismo e mais crime contra a
humanidade os atentados realizados no Ocidente e menos terrorismo, menos crime
e quiçá olhados com alguma indiferença os atentados terroristas que acontecem
todos os dias no Médio Oriente e Oriente onde estes grupos criminosos se
escondem.
5. Terrorismo é terrorismo. Crueldade é
crueldade. Violência é violência... Falam por si mesmos e os seus autores são
criminosos que devem ser tratados e julgados como tal.
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