Próximo domingo
de Pentecostes...
A
origem da festa do Pentecostes está intimamente ligada à Páscoa, celebrando-se
sete semanas depois da Páscoa, quer dizer, no 50º dia após a Páscoa e, por
isso, a tradução grega chamou-lhe Festa do Pentecostes ou festa do Quinquagésimo
Dia.
No
Antigo Testamento hebraico era designada festa das (sete) Semanas. Era a festa
da colheita do trigo, enquanto a da Páscoa era a das primícias da cevada.
"Depois, contarás sete semanas, a partir do momento em que começares a
meter a foice nas searas. Celebrarás então, a Festa das Semanas, em honra do
Senhor." (Dt 16,10-12). Inicialmente, tal como a Páscoa, o Pentecostes
ligava-se à fertilidade dos campos. Com a história de Israel passou a ligar-se
ao dom da Lei no monte Sinai, daí os rabinos lhe chamarem a Festa do Dom da Lei
(mattan Torá). No tempo da primeira comunidade cristã, Jesus enviou o Seu
Espírito (o Espírito Santo) precisamente na semana em que se celebrava a festa
do Pentecostes.
A descida do Espírito sobre os Apóstolos aconteceu no meio de
fenómenos semelhantes à "descida" da Lei no monte Sinai, com o ruído
de trovões, o fogo dos relâmpagos, fumo, sismo (Act. 2,1-4 e Ex 19,16-19). O
Espírito de Jesus, que desce sobre o novo povo, é a nova Lei dos cristãos, mas
este Espírito só desce depois do conhecimento da Palavra de Jesus. Concluindo,
o Pentecostes é a festa do Espírito de Jesus, que nos vem da Sua Palavra
conhecida, vivida, anunciada." Esta é a festa do Espírito Santo, que é o
termo usado para traduzir o termo hebraico Ruach HaKodesh.
O Espírito Santo é o
relacionamento entre Deus Pai e Deus Filho que é derramado no coração do homem
e da mulher através dos sacramentos celebrados na comunidade dos irmãos, onde
se experimenta a saudação fraterna, a comum união e a desvelação do
transcendente. Aliás, elementos importantes para vencer na labuta do dia a dia
para que encontremos sentido na palavra de Fernando Pessoa: «Tudo o que chega,
chega sempre por alguma razão». Por fim, fiquemos com esta oração ao Espírito
Santo da Ir. Marlene Bertoldi:
És
o sopro de Deus que dá vida ao que está morto, que dá vida ao nosso ser e que
nos tira do túmulo da preguiça e do comodismo.
És
fogo que queima o que está errado em nós, que aquece nosso coração para amar,
que ilumina nossa mente para entender.
Faze-nos
conhecer Jesus Cristo que veio revelar o amor do Pai.
Faze-nos
conhecer o pai e sua bondade infinita.
Faze-nos
tuas testemunhas, instrumentos nas tuas mãos para que os corações dos homens se
transformem e assim a terra se renove.
Para
que reine a justiça e a paz, a solidariedade e o amor.
Para
que o Reino de Deus se estenda cada dia mais. Ámen».
Só
para lembrar os sete dons são: Sabedoria, inteligência, ciência, conselho, fortaleza,
piedade e temor de Deus.
Breve
explicação sobre cada um dos dons do Espírito Santo:
1 - A Sabedoria
é o dom que faz o cristão perceber, intuir e gostar das coisas espirituais.
Sente deleite nas coisas de Deus e por isso começa a temer a Deus, a
respeitá-Lo mais. Diz o salmo que o temor de Deus é o princípio da sabedoria.
2 - O Entendimento
é o dom do conhecimento, pois a pessoa consegue entender e conhecer aquilo que
vai no coração e na mente das pessoas.
3 - O dom do Conselho:
quem o possui consegue dirigir, orientar e aconselhar as almas para a sua
própria salvação e felicidade. O dom do conselho que é dado pelo Espírito Santo
não é inconveniente, interesseiro, não aconselha segundo a conveniência pessoal
mas aconselha somente para o bem da pessoa.
4 - O dom da Fortaleza
é também uma virtude. A virtude é um bem e um dom dado pelo Espírito Santo que
diz "não" ao pecado, a uma boa proposta, à pressão social, a certas
modas que prejudicam a vida espiritual do homem ou da mulher. O dom da
fortaleza faz com que o cristão saiba resistir a certas influências sociais e não
se deixe conduzir pela pressão do grupo social ou de amigos onde está inserido.
Com este dom a pessoa mantém a sua personalidade, sendo aquilo que realmente é,
conservando os valores cristãos.
5 - O dom da Ciência
permite ao homem perceber e sentir, através da natureza e dos acontecimentos do
dia-a-dia a presença e a linguagem de Deus.
6 - O dom da Piedade
inclina o cristão à oração, ao louvor, à adoração, à contemplação; leva o
cristão a sentir gosto pela oração, sentir desejo e gosto de estar com Deus, gosto
em rezar e em falar com Deus através da oração.
7 - O dom do Temor
de Deus leva-nos a ter consciência do bem e do mal e sabermos escolher
sempre o bem para nunca estarmos contra Deus nem contra o bem do nosso semelhante, contra os
animais e contra a natureza. Este dom está, em certa medida,
associado ao dom da fé porque nos faz sentir e perceber que estamos na presença
de Deus e, se estou na Sua presença, não quero pecar. O temor de Deus é um
grande dom pois faz com que o homem faça tudo para não perder a graça de Deus,
o Seu amor e a Sua presença. Por isso, o temor de Deus é o princípio da sabedoria.
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