Deus e eu... Com a Fátima Ascensão. Um texto para ler, rezar e meditar porque nos toca seriamente e quase que dizemos: «este texto é meu». Obrigado Fátima pela beleza e pelo despojamento... Nós ficamos contentes, Deus também, seguramente, porque Ele não fica nada mal...
Acreditar
que Deus existe é uma questão de fé. Ou se acredita, ou não se acredita. Eu
acredito.
Eu
acredito que Deus é Luz e acredito que Deus está em nós. Sabiamente os mais
antigos falavam do parto como o acto de Dar à Luz. É como vejo o nascimento de
todos nós. Recebemos o sopro de Deus que mais não é do que recebermos um pouco
da Luz que é Deus, e, quando partimos deste mundo, acredito que retornamos à
Luz, mais sábios e mais fortes.
Falo
com Deus todos os dias. Não estou a falar de Avé-Marias e Pai-Nossos, mas
conversas pessoais sobre a minha vida, das pessoas que me rodeiam, da sociedade
onde estou inserida e, algumas vezes, sobre o Mundo. Como é possível acontecer
certo tipo de coisas? Como permite?...
Injustiça
e morte. São os dois temas que mais incompreensão e perturbação causam no meu
relacionamento com Deus. Nem sempre temos conversas amenas sobre estes temas...
Para
os mais ortodoxos, cometo um grande erro ao questionar Deus. Mas, se Deus nos
deu inteligência e liberdade, não foi para pensar sobre as coisas? A fé para
ser legítima tem de ser cega? Mas não foi o próprio Deus pelo Seu filho - Jesus
Cristo - que revolucionou o mundo e deu outra interpretação aos textos
biblícos? Ele não negou os textos do Antigo Testamento. Apenas revolucionou com
novos mandamentos que se resume a um só - “Amar a Deus sobre todas as coisas e
aos outros como a si mesmo”.
Deus
quer-nos a pensar, a questionar e a actuar! Tendo por base o amor. Sentimento
tão simples, mas tão complexo.
Da
minha experiência de vida constato que só há uma coisa no Mundo que não tem
limite – é a maldade. E é aqui que, muitas vezes, confundimos a actuação de
Deus com a dos Homens, atribuindo-Lhe culpa que não tem.
A
vida não é difícil. Quem faz a vida difícil são os outros Homens. Homens que
decidem mal ou decidem fazer maldades.
Compreendendo
isto, Deus dá-nos a liberdade de decidir o que fazer e como fazer. Cada qual
com a sua capacidade para actuar e na medida em que pode
fazê-lo. Por alguma razão é que na liturgia dominical somos lembrados que
“pecamos por actos e omissões”. Não fazer o que está em nossas mãos é também
reprovável porque actuar pode fazer toda a diferença. O Mundo está cheio destes
exemplos. E depois culpamos Deus de certos acontecimentos...
Quantas
vezes a História se repete? Quantos Judas existem neste mundo? Quantos
julgamentos são injustos? Porventura, fazemos, hoje em dia, escolhas
inadequadas, preferindo “Barrabás” aos “bons”?
Questionarmo-nos
desta forma faz-nos compreender o nosso Mundo, as situações por que passamos e
a diferenciar Deus da culpa dos Homens.
Em
miúda, dei por mim a pensar e se Jesus Cristo mentisse, cruzasse os dedos,
negasse quem era e depois de solto fazia o que queria? Qual o efeito disto? Nos
dias de hoje, muitos classificariam esta atitude de inteligente e sábia.
Hoje
compreendo que Deus, através da morte e ressurreição de seu filho, Jesus
Cristo, mostra-nos que esta vida não é um vale tudo. Que existem valores que
temos de defender. E que mesmo que sejamos abandonados por todos, há sempre
alguém em quem podemos confiar – Deus.
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