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terça-feira, 13 de junho de 2017

Santo António

António que fostes santo
Primeiro Fernando de Bulhões
Para quem foi pobre e tanto
Ver a sua festa com ricos foliões.

Denunciador da injustiça
Viveu o dom tão prazenteiro
Não sabia o que é preguiça
Mas foi reduzido a casamenteiro.

Há um contentamento ilusório
Não precisa de nenhum altar
Fizeram dele um reportório
Mas melhor seria no coração ficar.

Para os pobres deste mundo
Recomenda uma oração
Peçam lá bem dentro no fundo
Santo António nunca diz que não.

Tantos balões e arcos
Música e dança a desfilar
Na rua do amor somos parcos
Onde estão os rostos a partilhar?

Isso que António ensinava
Uma missão cheia de zelo
Aos pés de quem precisava
Tinha a fé de ver o mundo belo.

Santo António de Lisboa
Há dizeres sem maneira
Eventos e festas por ti à toa
Ao que tu eras são pura asneira.

Triste sina esta vida tem
Os poderosos dominam tudo
É a tradição que de longe vem
Venha o milagre mate o absurdo.  

Santo António aos peixes falas
É sol de esperança sem falha
Faz cada pessoa sem palas
A liberdade é precisa sem tralha.

Por fim nos encomendamos
A Santo António com devoção
A felicidade toda almejamos
Ela está na mestria de cada mão.

Façamos festa com alegria
Ao santo da mensagem do pão
Que os poderes só por mania
Não façam dele o jogo do sermão.

Estas singelas quadras aqui estão
Para a reflexão são um contributo
Desejo um Santo longe do padrão
Que o seu exemplo não seja diminuto.
JLR

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